"Todos estão com medo", diz líder de projeto após agressão de segurança a adolescentes

O ataque racista sofrido por jovens do Projeto Boa Luta ainda causa medo e apreensão nas vítimas. Em entrevista ao Metro1, o coordenador do projeto, Yuri Calton afirmou que os garotos têm vivido com medo desde o episódio. “Um deles quer voltar pro interior, o outro a mãe quer mandar pro interior. Estão todos apreensivos e com medo de que algo volte a acontecer”, disse.   

Segundo o professor, a própria decisão de expor o caso nas redes sociais também foi motivada pelo sentimento de apreensão. “Decidi falar também por medo, pela minha segurança, para frear eles mesmos. Os meninos chegaram a ser ameaçados de morte. O medo é de algo pior acontecer”,diz o professor.

Ainda de acordo com Yuri, a administração do Salvador Shopping fez contato no início da semana para entender os detalhes do caso, e afirmou que voltaria a procurar o projeto após uma apuração interna. O segundo contato ainda não aconteceu, afirma o professor. Ao Metro1, o centro de compras informou, por meio de nota, que nenhum de seus colaboradores esteve envolvido na ocorrência. “Até este momento, todas as informações levantadas apontam para uma ocorrência que não teve participação de colaboradores do quadro do shopping. Todas as informações serão enviadas para a Polícia para apuração dos responsáveis. O empreendimento segue à disposição das autoridades para elucidação do caso e reafirma que não compactua com atos de racismo”, diz o texto assinado pelo Salvador Shopping.

Diretamente envolvido no caso, o Bompreço não entrou em contato com as vítimas. Na última terça-feira (1), o supermercado anunciou a abertura de uma sindicância interna para investigar o ocorrido.