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Após denúncias de vandalismo, grupo de mães ocupa antiga Escola de Eletromecânica da Bahia

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Após denúncias de vandalismo, grupo de mães ocupa antiga Escola de Eletromecânica da Bahia

Os primeiros passos dentro do prédio já revelam o cenário: móveis e documentos revirados; equipamentos dos banheiros furtados e as poucas estruturas metálicas que sobraram largadas no que era sala de aula

Após denúncias de vandalismo, grupo de mães ocupa antiga Escola de Eletromecânica da Bahia

Foto: Metropress/Leitor Metro1

Por: Luanda Costa no dia 06 de maio de 2025 às 14:53

Atualizado: no dia 06 de maio de 2025 às 15:01

O prédio de dois andares onde funcionava a Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia (EEEMBA), no bairro de Nazaré, em Salvador, foi ocupado, no último domingo (4), pelo grupo Ocupação Mulher Guerreira. Cerca de quinze mães decidiram levar seus filhos para morar no edifício que acumula uma série de episódios de invasões e furtos, o que já foi denunciado pelo Metro1 na semana passada. 

Há cerca de quinze anos, Marimar Coutinho fundou a Ocupação Mulher Guerreira. Entre Pelourinho, Baixa dos Sapateiros, Comércio, Santo Antônio e Barbalho, a líder já passou por diversos edifícios abandonados. O grupo usa uma pequena bandeira azul, estampada com a imagem de Mestre Noronha, um dos antigos mestres de capoeira em Salvador, para indicar os locais onde está presente. Um caderno, também azul, organizado por uma das mães que não quis se identificar, guarda os nomes das famílias que pretendem residir no local quando a limpeza for finalizada.

“Soubemos que isso aqui estava fechado, servindo como um lugar de vandalismo e porcaria. Então a gente veio dar vida, vida para quem precisa. As mulheres que estão aqui precisam dessa moradia. Muitas delas têm mais de 5 filhos e não têm maridos”, conta. Morador da região, João Mineiro também lidera a ocupação. “Minha esposa não passa aqui de noite. Voltar para casa depois da faculdade também tem sido um problema para meu filho. Então porquê não fazer uso desse local para evitar esse vandalismo que está acontecendo aqui? ”, pontua.

Furtos e invasões

Os primeiros passos dentro do prédio já revelam o cenário: móveis e documentos revirados; equipamentos dos banheiros furtados e as poucas estruturas metálicas que sobraram largadas no que era sala de aula. Os moradores da região já presenciaram e registraram de um tudo: de invasões e portões sendo arrombados até fogo sendo ateado. 

O prédio atrás do muro azul e bege coberto de pichações já representou um dos grandes centros de formação técnica em Salvador e hoje é apenas um amontoado do que foi deixado para trás nas incontáveis invasões. As atividades da instituição foram encerradas em 2020, com a chegada da Covid-19. Desde então, moradores e ex-funcionários tentam contato com os antigos sócios, mas não conseguem.