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Lula abre vantagem em duelo direto com todos os rivais, aponta nova pesquisa Quaest

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Lula abre vantagem em duelo direto com todos os rivais, aponta nova pesquisa Quaest

Levantamento reforça alta na popularidade do presidente e aponta que, caso as eleições fossem hoje, petista venceria os dois turnos em 2026, independente do adversário

Lula abre vantagem em duelo direto com todos os rivais, aponta nova pesquisa Quaest

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Jairo Costa Jr. no dia 21 de agosto de 2025 às 07:00

Se a disputa pelo Palácio do Planalto fosse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria reeleito para governar o país pela quarta vez, independente de quem fosse o adversário. É o que mostra a nova pesquisa feita pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos com 12.150 entrevistados de oito estados do país: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás, que juntos representam cerca de 65% do eleitorado brasileiro.

Os números divulgados nesta quinta-feira (21) mostram o crescimento de Lula no embate direto contra os oito virtuais candidatos à Presidência da República, em comparação com os levantamentos feitos em maio e junho pelo mesmo instituto. Ao mesmo tempo, a pesquisa reforça a queda nos índices de desaprovação do presidente e o avanço na avaliação positiva do petista detectados na sondagem da Quaest divulgados na manhã de quarta-feira (20), a reboque da queda no preço dos alimentos e na reação frente ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aos produtos brasileiros.

A vantagem de Lula aparece já no cenário espontâneo, quando não são apresentados nomes de candidatos. No total, o petista desponta em primeiro, com 16% das intenções de voto, contra 9% do segundo colocado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diferença de sete pontos percentuais. Em maio, o placar foi de 11% para o presidente, ante 9% de Bolsonaro, o que configurava empate técnico dentro da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Em junho, a distância foi ligeiramente maior, com Lula chegando aos 15% e Bolsonaro aos 11%.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) têm 1% cada. Os demais citados somaram, juntos, 1%. Indecisos são 66%, queda de nove pontos em relação à pesquisa de maio e de dois à de julho, enquanto nulos e brancos foram 4%, sem alterações significativas no comparativo com os levantamentos anteriores. 

Já na estimulada, em que a escolha dos eleitores é feita com base em uma lista de eventuais concorrentes, Lula tem 34%, contra 28% de Bolsonaro, 8% de Ciro Gomes e 7% de Ratinho Júnior no primeiro cenário. Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aparecem lá embaixo, com 3% das intenções de voto cada. Outros 4% se disseram indecisos, enquanto 13% afirmaram que vão votar em branco, nulo ou se abster nas próximas eleições.

No segundo, terceiro, quarto e quinto cenários estimulados sobre a preferência eleitoral para o primeiro turno de 2026, sem a presença de Bolsonaro, as intenções de voto atribuídas a Lula praticamente não se alteram, com o petista oscilando entre 34% e 35%. Contudo, as diferenças aparecem em relação ao segundo colocado em cada um dos outros quatro panoramas radiografados pela Quaest. Quando Michelle substitui o ex-presidente no páreo, a ex-primeira-dama soma 21%, sete pontos a menos que o marido.

Com Tarcísio no lugar de Michelle, o desempenho do governador paulista é ainda mais baixo, 17%, dois a mais do que o cenário no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho "03" do presidente, é o candidato que representa o bolsonarismo. Quando é colocado no lugar do irmão, o senador Flávio Bolsonaro, o filho "01", soma 14%, distante cerca de 20 pontos de Lula. Em todos os demais cenários, Ciro, Ratinho Júnior, Caiado e Zema são citados, com seus melhores resultados em 11%, 10%, 6% e 6%, respectivamente.

A Quaest também simulou confrontos diretos de segundo turno com os oito potenciais adversários, incluindo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD). Nos duelos com Bolsonaro ou Tarcísio, Lula venceria o primeiro por 47% contra 35% e o segundo por 43% a 35%. O presidente se manteve bem à frente de Michelle (47% x 34%), Ratinho Júnior (44% x 34%), Leite (46% x 30%), Eduardo Bolsonaro (47% x 32%), Zema (46% x 32%), Caiado (47% x 31%) e o senador Flávio Bolsonaro (48% x 32%). Indecisos variaram de 15% a 20%, enquanto brancos, nulos e abstenções ficaram em 3% e 4%, a depender do rival do presidente.

Nordeste garante vantagem do presidente
O instituto mediu a temperatura do eleitorado em cada um dos oito estados abrangidos pela pesquisa. Caso Jair Bolsonaro consiga reverter a inelegibilidade, o que hoje é considerado praticamente impossível, Lula venceria o ex-presidente com folga na Bahia (63% x 21%) e Pernambuco (61% x 27%) e perderia também por vantagem elástica em Goiás (33% x 51%) e Paraná (33% x 49%. Em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, ambos aparecem tecnicamente empatados dentro da margem de erro, com 40% x 41% e 40% x 39%, respectivamente. Já no Rio de Janeiro, Bolsonaro aparece com 42% contra 38% do presidente. O que configura empate técnico no limite da margem.

Contra Tarcísio de Freitas, Lula venceria com ampla frente na Bahia (63% x 21%) e em Pernambuco (63% x 24%). Em São Paulo, o presidente perderia do governador de São Paulo por 52% x 35%; no Paraná, por 46% a 32%; em Goiás, por 47% a 32%; e no Rio Grande do Sul, por 47% x 32%. Em Minas, teria 37%, empatando tecnicamente com Tarcísio, que aparece com 39%. No Rio de Janeiro, apontou a Quaest, o empate é numérico, com ambos marcando 35%. 

No embate contra Michelle Bolsonaro, Lula está empatado com a ex-primeira-dama quatro estados: São Paulo (40% a 40%), Minas Gerais (40% x 38%), Rio de Janeiro (38% x 40%) e Rio Grande do Sul (40% x 39%). Em contrapartida, o presidente venceria com folga na Bahia (64% x 20%) e em Pernambuco (62% x 27%). Em compensação, Michelle teria vantagem expressiva no Paraná, com 46% contra 34%, e em Goiás, onde aparece com 49%, ante 34% do petista.

Os demais adversários - Ronaldo Caiado, Eduardo e Flávio Bolsonaro, Ratinho Júnior, Romeu Zema e Eduardo Leite - pontuam bem em seus estados de origem, vencem no Paraná e Goiás e perdem nos demais, incluindo o Rio de Janeiro, reduto de origem do bolsonarismo, embora Lula apareça empatado com os irmãos Flávio e Eduardo nas intenções de voto do eleitorado fluminense. Os números confirmam que o Nordeste é o grande trunfo do petista, enquanto as regiões Sul e Centro-Oeste permanecem como calcanhar de Aquiles para ele. 

Nos três maiores colégios eleitorais do país - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, todos do Sudeste - o cenário mostra disputa acirrada com os demais candidatos, à exceção de Tarcísio de Freitas, que aparece com 17 pontos de frente sobre Lula junto ao eleitorado paulista. O retrato esquadrinhado pela pesquisa indica o peso que a região pode ter na próxima corrida presidencial.

Receio do retorno de Bolsonaro vira trunfo para petista
Além da frente maiúscula de Lula no Nordeste, a nova pesquisa da Quaest aponta outra carta de valor para o presidente: o medo da volta de Bolsonaro ao poder. De acordo com o instituto, 47% dos eleitores entrevistados entre os últimos dias 13 e 17 disseram temer o retorno do ex-presidente ao comando do país, enquanto 39% apontaram receio maior com a reeleição do petista, diferença de oito pontos percentuais.

Segundo o levantamento, a maioria dos eleitores, 58%, acha que Lula não deveria ser candidato à reeleição. O percentual é o mesmo registrado na pesquisa feita pela Quaest em julho. Entre os estados, essa opinião é majoritária em todos, fora Bahia e Pernambuco, embora seja expressivo em ambos o índice dos que são contra a candidatura do presidente em 2026 (42%). Em relação ao ex-presidente, não existem diferenças expressivas. Na média nacional, 65% preferem que ele desista e apoie outro candidato, tendência superior a 60% em todas as praças pesquisadas.