Salvador registra nove afogamentos no último domingo; mar de inverno aumenta risco

Só no último domingo (24), ao menos nove pessoas precisaram de atendimento por afogamento nas praias de Salvador. O número, levantado pela Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar) a pedido do Metro1, evidencia o risco típico desta época do ano, quando a formação de frentes frias deixa o mar mais agitado e aumenta a incidência de ocorrências.

Os casos de domingo foram registrados em Piatã e Jaguaribe. Já no sábado (23), uma jovem de 26 anos foi resgatada pelo 13º Batalhão de Bombeiros Militar após ser arrastada pelas ondas na Praia do Buracão. O atendimento às praias é dividido entre prefeitura e governo do estado: da orla de Amaralina até o Porto da Barra, a responsabilidade é do Corpo de Bombeiros; já entre Jardim de Alah e Ipitanga, a atuação é da Salvamar.

Frente fria
Segundo o coordenador da Salvamar, Kailani Dantas, a sequência de dias chuvosos seguida por sol contribuiu para os riscos. “Foram duas semanas de muita chuva e, nesse domingo, fez sol. Isso fez com que a população buscasse esse meio de diversão natural da nossa cidade. Quando há um longo período de chuva, o mar mantém as características de inverno, ficando mais perigoso, com ondas maiores e correntes de retorno mais fortes, o que aumenta as chances de afogamento”, explicou.

Apesar dos nove registros em apenas um dia, 2025 apresenta uma queda de 63,34% nos casos de afogamento em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre 1º de janeiro e 15 de agosto, foram contabilizadas 235 ocorrências. Março lidera a estatística, com 74 casos — média de mais de dois por dia —, seguido de fevereiro (44), abril (40) e janeiro (34).

As praias de Jardim de Alah, Stella Maris e Farol de Itapuã seguem entre as mais perigosas da capital. Neste ano, a Salvamar já realizou 37 mil ações preventivas, 65 palestras e eventos educativos, além da entrega de 1.240 pulseiras de identificação para crianças.

Outros perigos

Além do risco de afogamentos, a Salvamar alerta para correntes elétricas e raios que podem atingir o mar durante frentes frias. “Recomendamos que as pessoas tomem banho sempre perto de um posto de salva-vidas ou de profissionais em atuação, fiquem atentos às crianças, mantendo contato visual e distância de, no máximo, um braço”, orientou Dantas.

O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) reforça que, em casos de afogamento, pessoas sem treinamento não devem tentar o resgate. A recomendação é lançar um objeto flutuante para apoiar a vítima e acionar imediatamente o 193.