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Escritora afirma que país só avançará ao reconhecer protagonismo das mulheres negras

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Escritora afirma que país só avançará ao reconhecer protagonismo das mulheres negras

Rosane Borges concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (20)

Escritora afirma que país só avançará ao reconhecer protagonismo das mulheres negras

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 20 de novembro de 2025 às 10:02

A comunicadora e escritora Rosane Borges, autora de 'Imaginários emergentes e mulheres negras: representação, visibilidade e formas de gestar o impossível', afirmou nesta quinta-feira (20), em entrevista à Rádio Metropole, que o Brasil precisa enfrentar sua própria história para alcançar justiça social. Segundo ela, o reconhecimento do papel das mulheres negras é central nesse processo.

“Temos que reconhecer as mulheres negras como sujeitas históricas não só para falar de si próprias, mas pra falar do mundo”, destacou.

Rosane defendeu que o país precisa revisitar suas narrativas e compreender o protagonismo negro como parte estruturante da sociedade. “A gente precisa lançar esse olhar sobre esse protagonismo, sobre essa trajetória, para a gente fazer as pazes com a gente mesma enquanto nação e sociedade”, afirmou. Para ela, esse reconhecimento é condição para reconstruir o país de forma mais justa e igualitária.

Durante a entrevista, a autora criticou ainda  a lentidão com que o Brasil e o Ocidente passaram a admitir riscos e crises sociais. “Quando a comunidade ocidental branca masculina está dizendo hoje que de fato estamos sobre a era das catástrofes e situação de perigo, a gente já dizia isso há 30 anos atrás, porque a gente já tinha essa experiência, de quem sofre com os desabamentos”, disse.

Rosane reforçou que as mulheres negras sempre denunciaram a manutenção das estruturas coloniais. “Estamos dizendo desde sempre que esse país é formatado com a tecnologia escravagista e só agora as pessoas estão reconhecendo de fato que ainda vivemos em um país colonizado. Podemos ser sujeitas ativas e generosas desse país que nos expeliu, porque temos a experiência de, pela borda, sentir todas as catástrofes”, completou.

Confira a entrevista na íntegra: