
Cidade
Militante de causas feministas, Nora Cortiñas é homenageada na Uneb
Militante da Associação Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, a argentina Nora Cortiñas, 86 anos, foi homenageada nesta quarta-feira (13) na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) por sua participação na história de luta em defesa dos direitos humanos. [Leia mais...]

Foto: Sayonara Moreno/Agência Brasil
Militante da Associação Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, a argentina Nora Cortiñas, 86 anos, foi homenageada nesta quarta-feira (13) na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) por sua participação na história de luta em defesa dos direitos humanos.
Aos estudantes universitários, Nora falou sobre temas como ditadura, política, direitos das mulheres e minorias, destacando a importância da justiça, luta que desde 1970, faz parte. “Eu não entendia nada de política até antes do golpe de Estado na Argentina. Mas, ao me encontrar com as outras mães, foi uma aprendizagem para eu entender melhor a política e entender melhor o meu filho e os jovens que querem se dedicar à política e também à militância. Os jovens militam para mudar o mundo, são militantes da vida e da justiça social”, declarou a mãe de Carlos Gustavo Cortiñas, desaparecido em 1977. Na época, em que foi levado por militares argentinos, torturado e morto, o jovem tinha 24 anos.
Após o desaparecimento do filho, Nora se uniu às Mães da Praça de Maio para pedir às autoridades punição aos culpados pelos sequestros, torturas e desaparecimentos, em Buenos Aires. Atualmente a militante viaja por diversos países para trocar experiências com mães de desaparecidos.
Durante a visita à Uneb, Nora manifestou sua opinião à crise política do Brasil: “golpe de Estado” e se declarou solidária aos jovens e a toda a população brasileira. “Aqui no Brasil, nós acompanhamos o processo com Lula, com Dilma e víamos que o país vinha progredindo. Mas não há motivos para tirá-la como fizeram, com um golpe de Estado”, disse.
Além disso, a homenageada afirmou que é feminista por entender a importância da luta das mulheres que são vítimas do machismo e da violência. O professor do Departamento de Ciências da Vida da Uneb, Anderson Carvalho, lembrou o caso das mães do Cabula, bairro que foi palco de uma chacina de jovens negros. Segundo ele, a vinda de Nora ao bairro é oportuna e ressalta a importância na continuidade da luta por justiça social.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.