Operação Quali: promotor afirma que cartel atuava há mais de 20 anos em fraudes

Durante coletiva de imprensa no final da manhã desta segunda-feira (28), o promotor e coordenador do Graeco, Luciano Taques Ghignone, falou sobre a Operação Quali, que desarticulou um esquema de fraudes em licitações em Salvador e Lauro de Freitas. De acordo com ele, o cartel era "bastante bem sucedido" e atuava há mais de 20 anos.

O promotor afirmou ainda que, "a repetição de licitantes" chamou a atenção dos investigadores. "Conseguiram um cartel muito bem sucedido e com isso obter lucros. Funcionava de uma maneira bem autosuficiente. Eles conseguiam entre sí combinar os preços e chegar com as propostas prontas, pré-formatadas. Na maioria dos casos sequer era necessário cooptar o poder público", disse. Quinze empresas participavam da fraude.

Em relação aos dados, porém, Taques não detalhou. "O valor estimado de rombo totaliza milhões, mas não fizemos a totalização. Supera milhões. A quantidade de municípios foram centenas, também não contabilizamos. Até o momento não foi possível detectar agentes públicos envolvidos (...) Não é conveniente pontuar os nomes das pessoas, nem dos municípios", finalizou. Os nomes dos presos não foram divulgados porque a investigação corre em segredo de justiça.

Realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do MP (Gaeco) com o apoio do Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil (Draco) e do Centro de Operações Especiais (COE), da Polícia Civil, a operação cumpre 21 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão temporária e 6 de condução coercitiva.