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Entre Páginas: Bauman, Foucault e Ondjaki

“Amor Líquido”, de Zygmunt Bauman. Entre os teóricos que tratam da modernidade tardia, ou da pós-modernidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman é uma referência absoluta. Sua obra trata de uma série de mudanças que se estabeleceram nas últimas décadas e que exerceram, e ainda exercem, grande influência sobre o mundo social contemporâneo. [Leia mais...]

Entre Páginas: Bauman, Foucault e Ondjaki

Foto: Ilustrativa

Por: Nardele Gomes no dia 02 de fevereiro de 2017 às 17:30

“Amor Líquido”, de Zygmunt Bauman. Entre os teóricos que tratam da modernidade tardia, ou da pós-modernidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman é uma referência absoluta. Sua obra trata de uma série de mudanças que se estabeleceram nas últimas décadas e que exerceram, e ainda exercem, grande influência sobre o mundo social contemporâneo. Neste livro, “Amor Líquido”, o autor investiga de que forma as relações parecem tornar-se cada vez mais 'flexíveis', gerando níveis de insegurança maiores. Segundo Bauman, a prioridade a relacionamentos em 'redes', as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade - e frequentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual -, faz com que as pessoas não saibam mais manter laços a longo prazo. Esta obra procura alertar que não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Bauman morreu no último dia 9, aos 81 anos.
“Vigiar e Punir – Nascimento da prisão”, é um livro do filósofo francês Michel Foucault, publicado originalmente em 1975 e tido como uma obra que alterou o modo de pensar e fazer política social no mundo ocidental. Só foi publicado no Brasil traduzido em 1987. É um estudo científico, documentado, sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinquência. Métodos que vão da violência física até instituições correcionais.
Por fim, “Os da Minha Rua”, do escritor angolano Ondjaki. Músicas, lugares e cheiros estimulam as lembranças do autor. Neste livro Ondjaki passeia pela infância, vivida em Luanda nas décadas de 1980 e 1990. Os limites entre biografia e ficção são continuamente desafiados: basta observar o tom intimista a mesclar-se continuamente a uma perspectiva histórica. Dessa forma Ondjaki amplia os horizontes de sua literatura, conduzindo os leitores a cenas de caráter intimista que levam ao registro de uma época em Angola. Trata-se de uma obra flexível, que se vale de um tom muito próximo ao da crônica. Este surge por meio do registro sobre o cotidiano, que vem a ser uma das marcas incontestáveis desse gênero, com um discurso muito afeito à oralidade.