
Cidade
Falta de água cresce vertiginosamente em Salvador; Embasa finge estar tudo bem
Água tem sido artigo cada vez mais escasso em bairros de Salvador como Escada, Pernambués, Paripe, Nazaré e tantos outros. De acordo com os moradores, sem dar nenhum tipo de esclarecimento, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) suspende o fornecimento de água por tempo indeterminado e deixa a população na mão [Leia mais...]

Foto: Tácio Moreira/Metropress
Água tem sido artigo cada vez mais escasso em bairros de Salvador como Escada, Pernambués, Paripe, Nazaré e tantos outros. De acordo com os moradores, sem dar nenhum tipo de esclarecimento, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) suspende o fornecimento de água por tempo indeterminado e deixa a população na mão.
“Temos quase 1 mês sem água em seu fluxo normal em algumas ruas de Nazaré — pra ser mais específico, a Rua da Poeira e adjacências. Inúmeros protocolos foram registrados e sempre diziam que estava tudo normal”, contou Carlos Silva, que é morador da região.
Apesar de a seca ser uma realidade em muitas regiões da Bahia, a Embasa nega que a situação caótica tenha chegado a Salvador. Então é o quê? Incompetência?
“Testando a paciência”
E a situação não se limita ao Centro da cidade e bairros da orla. Ricardo Cajá, que vive em Cajazeiras, afirmou que o problema é recorrente na região. “A Embasa também está testando a fé e a paciência aqui em Cajazeiras 10”, disse.
E as reclamações não param de chegar à Metrópole: Basta falar o nome “Embasa” para chover queixa. “No Alto do São Francisco não tem água, mas a conta chega”, disse um ouvinte que pediu anonimato ao participar do Jornal da Bahia no Ar.
“Eu quero tomar banho”
Américo Costa, que é morador do bairro de Paripe, procurou a Metrópole no último dia 20 para contar que os moradores da região ficaram quase uma semana sem abastecimento de água. “Em Paripe, já faz cinco dias sem água. Socorro, quero tomar banho!”, reclamou o ouvinte. Mas a Embasa garante que, na região onde Américo mora, o abastecimento é “regular”.
Agência reguladora atua, mas ninguém vê
Fiscalizar e punir a Embasa é função da Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa). Só que na prática a coisa é um pouco mais complexa.
“É necessário que o usuário tenha feito reclamação à Embasa e, se a mesma não tiver resolvido o problema ou cumprido o prazo, o órgão regulador pode ser acionado. O trabalho é constituído de vistorias e levantamentos em campo. A partir daí, um prazo é concedido à prestadora para que as irregularidades sejam corrigidas”, disse. Segundo a Agersa, 119 manifestações foram solucionadas.
Abatimento na conta
Coordenador técnico do Procon-BA, Felipe Vieira destaca que a Embasa deveria estar prestando um serviço de boa qualidade, sem interrupções no fornecimento, mas já que a falta de água é frequente, o consumidor tem direito a desconto na conta no fim do mês. “É direito do consumidor ter a prestação do serviço público de forma eficaz e contínua. No caso de haver a quebra dessa continuidade, seja por uma interrupção programada ou por alguma coisa eventual, o consumidor vai ter direito a ter desconto por aquele período em que ele ficou sem receber o serviço”, destacou.
Embasa nega caos no abastecimento
Apesar de as denúncias de falta d’água serem bem claras e persistentes, a Embasa insiste em afirmar que oferece o serviço “com regularidade”. Procurada pela Metrópole, a empresa afirmou que está com abastecimento regular no Alto de São Francisco, na Boca do Rio, em Paripe e em Cajazeiras X. Sobre Matatu e Nazaré, a Embasa afirmou que faria inspeções nas redes que atendem os bairros.
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