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TRT diz que falência do Espanhol foi "tiro no pé"; Real Sociedade contesta

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TRT diz que falência do Espanhol foi "tiro no pé"; Real Sociedade contesta

O diretor da Coordenadoria de Execução e Expropriação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 5ª Região, Rogério Fagundes, foi entrevistado por José Eduardo, na Rádio Metrópole, na manhã desta quinta-feira (28), e comentou o pedido de falência do Hospital Espanhol, em Salvador. A unidade, fechada desde 2014, teve o estado de insolvência civil reconhecido, na última terça-feira (26). [Leia mais...]

TRT diz que falência do Espanhol foi "tiro no pé"; Real Sociedade contesta

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Gabriel Nascimento, Bárbara Silveira e Matheus Morais no dia 28 de setembro de 2017 às 09:40

Atualizado: no dia 28 de setembro de 2017 às 09:50

O diretor da Coordenadoria de Execução e Expropriação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 5ª Região, Rogério Fagundes, foi entrevistado por José Eduardo, na Rádio Metrópole, na manhã desta quinta-feira (28), e comentou o pedido de falência do Hospital Espanhol, em Salvador. A unidade, fechada desde 2014, teve o estado de insolvência civil reconhecido, na última terça-feira (26).

Classificando a situação do hospital como "lamentável", Fagundes afirmou que o pedido de falência foi um "tiro no pé" da Real Sociedade Espanhola de Beneficência (RSEB). "Não entendo porque fizeram isso. A Justiça do Trabalho não foi cientificada da decisão do Tribunal de Justiça que diz respeito a falência. O processo é muito demorado, muito longo. Aquilo que está alí no hospital não vai prestar para mais nada", disse.

"As dividas trabalhistas continuam aumentando, fora o patrimônio de alta tecnologia, que já está em estado ruim. No fim desse processo de falência, não vai prestar mais. Ficou ruim. Um poço sem fundo. É preciso que o poder público e a Justiça investigue essas gestões", analisou. Segundo Fagundes, as dívidas somadas passam de R$ 140 milhões.

O diretor ainda chamou a atenção para a deterioração dos equipamentos do Espanhol e destacou a necessidade de venda dos materiais. "Sabemos que temos lá duas incubadoras que não foram usadas, equipamentos que nunca foram usados. Vários ultrasons, quando chove, a água inunda tomógrafos. Esses equipamentos ficam embaixo dʹágua", contou. "Tem que vender os equipamentos, vender os bens, reerguer esse hospital. A situação ficou muito difícil, agora tem um decreto que diz que um prédio só pode ser vendido para a finalidade de saúde", concluiu.

Mas para o advogado da Sociedade Espanhola de Beneficência, Washington Pimentel, a insolvência não é um problema. "Dizer que insolvência vem trazer um problema, não é verdade. Os valores do Banco Santander não foram repassados. No caso da insolvência, os trabalhadores serão contemplados em sua totalidade. Os demais credores só vão receber se resolvemos esse processo que se alonga. A atual gestão não estava no hospital quando foi celebrado esse contrato com a Desenbahia. Não temos esses documentos, nós forncemos todas as documentações ao Ministerios Público para esclarecimento. Temos colaborado para saber se houve ou não má versação desses contratos", explicou à Metrópole.

"O pedido de insolvência vem depois de três anos, três anos que o hospital está fechado. Há três anos que o hospital passa por essa celeuma e ao longo do tempo várias discussões. O que a Real Sociedade buscou com a insolvência foi retirar toda essa divergência e essa frente de atuação de vários credores, impedindo a destinação do ativo e concentrando essa destinação com um terceiro nomeado por esse juízo. A justiça comum ao determinar a insolvência, ela nomeia uma administrador oficial, independente, que vai atuar para montar o grupo de credores, realizar avaliação do ativo e publicar o edital, seja para a modalidade de leilão ou venda direta", afirmou Pimentel.