Quarta-feira, 21 de maio de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Cidade

/

Fundador do Cheiro aponta ʹpegaçãoʹ como diferencial do Carnaval de Salvador

Cidade

Fundador do Cheiro aponta ʹpegaçãoʹ como diferencial do Carnaval de Salvador

Fundador do tradicional bloco Cheiro de Amor, Windson Silva nega que o grande diferencial do Carnaval de Salvador sejam as músicas, a diversidade cultural ou a riqueza da festa popular. Para ele, a "pegação" é o principal ímã de turistas. [Leia mais...]

Fundador do Cheiro aponta ʹpegaçãoʹ como diferencial do Carnaval de Salvador

Foto: Matheus Simoni/ Metro1

Por: Luiza Leão no dia 19 de dezembro de 2017 às 19:40

Fundador do tradicional bloco Cheiro de Amor, Windson Silva nega que o grande diferencial do Carnaval de Salvador sejam as músicas, a diversidade cultural ou a riqueza da festa popular. Para ele, a "pegação" é o principal ímã de turistas.

"A grande novidade que a gente trouxe para o Carnaval de Salvador foi a pegação. Era o diferente que a gente tinha no Brasil", declarou, nesta terça-feira (19), em entrevista ao Jornal da Cidade 2ª Edição, na Rádio Metrópole.

Questionado sobre a importância da ex-vocalista Márcia Freire, que comandou o bloco e a banda por 13 anos, o empresário evitou polêmica e elogiou a artista. "É uma cantora maravilhosa. Márcia Freire, acima de uma grande cantora, é um grande ser humano", resumiu, sem responder quais das quatro vocalistas do Cheiro – além do “Furacão Louro”, Carla Visi, Alinne Rosa e Vina Calmon – é a sua preferida. "Se você tiver quatro filhos, você vai dizer que um é mais bonito que o outro?", evitou.

Outro assunto polêmico da conversa foi a "seleção para os foliões", que deveriam se adequar a padrões de beleza e fazer do bloco uma espécie de metro quadrado seleto na avenida. Sob a justificativa de que “a banda cresceu demais”, a ponto de "fugir do controle", Windson desconversou e disse que a restrição não foi intencional, já que, segundo ele, "a cidade toda queria sair no bloco".

Crise no Carnaval – Windson Silva defendeu a ideia de que a folia soteropolitana vive uma crise e criticou o modelo de patrocínio. "Espanta o patrocinador com esse formato. Sempre analiso o carnaval de uma forma maior. Acho que teve muitas variantes, muitas coisas feitas erradas pela parte dos governos, dos empresários, dos artistas, que começaram a gerir suas carreiras com sua irmã, seus parentes, que não tinham noção", disse.

O entrevistado também relembrou a inovação do grupo carnavalesco em lançar abadás de cores diferentes e citou que a questão econômica de produzir camisas distintas para cada dia da festa foi um fator que por pouco não deixou a ideia no papel. "O problema era a questão econômica. Saía muito mais caro", justificou.

"A ideia era de Pedrinho da Rocha [inventor do abadá], um ícone vivo do Carnaval na Bahia. Ele levou essa ideia para outro bloco, que não aceitou. O Cheiro era muito ousado, a gente priorizava fazer diferente. Quando a gente lançou foi um terror, uma maravilha, um bloco com cada dia de cor diferente", relembrou.