
Cidade
Fundador do Cheiro aponta ʹpegaçãoʹ como diferencial do Carnaval de Salvador
Fundador do tradicional bloco Cheiro de Amor, Windson Silva nega que o grande diferencial do Carnaval de Salvador sejam as músicas, a diversidade cultural ou a riqueza da festa popular. Para ele, a "pegação" é o principal ímã de turistas. [Leia mais...]

Foto: Matheus Simoni/ Metro1
Fundador do tradicional bloco Cheiro de Amor, Windson Silva nega que o grande diferencial do Carnaval de Salvador sejam as músicas, a diversidade cultural ou a riqueza da festa popular. Para ele, a "pegação" é o principal ímã de turistas.
"A grande novidade que a gente trouxe para o Carnaval de Salvador foi a pegação. Era o diferente que a gente tinha no Brasil", declarou, nesta terça-feira (19), em entrevista ao Jornal da Cidade 2ª Edição, na Rádio Metrópole.
Questionado sobre a importância da ex-vocalista Márcia Freire, que comandou o bloco e a banda por 13 anos, o empresário evitou polêmica e elogiou a artista. "É uma cantora maravilhosa. Márcia Freire, acima de uma grande cantora, é um grande ser humano", resumiu, sem responder quais das quatro vocalistas do Cheiro – além do “Furacão Louro”, Carla Visi, Alinne Rosa e Vina Calmon – é a sua preferida. "Se você tiver quatro filhos, você vai dizer que um é mais bonito que o outro?", evitou.
Outro assunto polêmico da conversa foi a "seleção para os foliões", que deveriam se adequar a padrões de beleza e fazer do bloco uma espécie de metro quadrado seleto na avenida. Sob a justificativa de que “a banda cresceu demais”, a ponto de "fugir do controle", Windson desconversou e disse que a restrição não foi intencional, já que, segundo ele, "a cidade toda queria sair no bloco".
Crise no Carnaval – Windson Silva defendeu a ideia de que a folia soteropolitana vive uma crise e criticou o modelo de patrocínio. "Espanta o patrocinador com esse formato. Sempre analiso o carnaval de uma forma maior. Acho que teve muitas variantes, muitas coisas feitas erradas pela parte dos governos, dos empresários, dos artistas, que começaram a gerir suas carreiras com sua irmã, seus parentes, que não tinham noção", disse.
O entrevistado também relembrou a inovação do grupo carnavalesco em lançar abadás de cores diferentes e citou que a questão econômica de produzir camisas distintas para cada dia da festa foi um fator que por pouco não deixou a ideia no papel. "O problema era a questão econômica. Saía muito mais caro", justificou.
"A ideia era de Pedrinho da Rocha [inventor do abadá], um ícone vivo do Carnaval na Bahia. Ele levou essa ideia para outro bloco, que não aceitou. O Cheiro era muito ousado, a gente priorizava fazer diferente. Quando a gente lançou foi um terror, uma maravilha, um bloco com cada dia de cor diferente", relembrou.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.