Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Cidade

/

Av. Manoel Dias tem comércio fraco e violência constante

Cidade

Av. Manoel Dias tem comércio fraco e violência constante

Planejada para ser a Av. Oscar Freire baiana, Av. Manoel Dias acumula lojas fechadas

Av. Manoel Dias tem comércio fraco e violência constante

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Gabriel Nascimento no dia 21 de junho de 2018 às 13:56

Comerciante português que dá nome a uma das avenidas mais famosas de Salvador, Manoel Dias da Silva ficaria, no mínimo, decepcionado se percorresse os  três quilômetros da via hoje em dia. Grande responsável pela urbanização e crescimento do bairro da Pituba, no século XX, ele não teve a sorte de ver os tempos de glória da avenida, que durante um bom período esteve repleta de bares, supermercados e lojas de vários setores. 

Ano após ano, é cada vez menor a presença de lojistas na localidade e por toda a extensão da via, placas de “aluga-se” ou “vende-se” ganham destaque entre as fachadas. O alto custo para manter os estabelecimentos e a falta de retorno do investimento — agravado pela crise  — são duros fatores que colocam o comércio na contramão do sucesso.

Comerciantes reclamam de esvaziamento: “Só farmácia e banco” 
Proprietária de uma loja de móveis e decoração, Maria Vieira lamentou o esvaziamento do comércio na Av. Manoel Dias da Silva. De acordo com ela, há uma ausência de iniciativas da Prefeitura e de órgãos como a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) para tornar a via novamente intensa, não apenas no fluxo de veículos. “Ultimamente só tem farmácia e banco. Desestimula. Deveria ter uma ação para revitalizar, desfile de Natal, uma associação de lojistas”, sugeriu.  Assim como na Baixa dos Sapateiros, faltam clientes. “Me programei com estoque, não houve movimento esperado”, pontuou.

Aluguéis chegam a custar R$ 10 mil 
Para ter ideia do rombo no bolso de quem apostou todas as fichas na avenida, basta dar uma olhada nos preços dos pontos comerciais da região. Os espaços, praticamente de frente para o mar, chegam a ter aluguéis de até R$ 10 mil — opção inviável se não existe lucro. 
Não é a primeira vez que o Metrópole chama atenção para o esquecimento da Avenida Manoel Dias. Em março de 2016, vários lojistas clamaram por melhorias e ressaltaram um problema que persiste até agora: a violência. “Costumamos trabalhar de portas fechadas”, disse, na época, o empresário Mário Mazzafera. 

Número de lojas fechadas é mistério
Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia, Paulo Mota, tem sido frustrante a tentativa de alavancar o comércio da Manoel Dias na atual situação. Ele alegou não ter o número exato de lojas que fecharam as portas entre 2017 e 2018, mas atribuiu o problema a questões políticas no Brasil. “Temos muita preocupação. Dia dos Namorados, Copa do Mundo, São João... Vendas fraquíssimas e muito distantes das expectativas”, contou.