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Acusada de desvios na Saúde voltou a cometer crimes após licença maternidade

Acusada de participar de um esquema que desviou cerca de R$ 5 milhões da Secretaria de Saúde do Município de Salvador (SMS), Gilvana Cintra Matos foi presa nesta terça-feira (29). A promotoria de Justiça pediu que ela fosse condenada a 30 anos de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. [Leia mais...]

Acusada de desvios na Saúde voltou a cometer crimes após licença maternidade

Foto: Reprodução/Google Street View

Por: Matheus Simoni no dia 29 de setembro de 2015 às 19:01

Acusada de participar de um esquema que desviou cerca de R$ 5 milhões da Secretaria de Saúde do Município de Salvador (SMS), Gilvana Cintra Matos foi presa nesta terça-feira (29). A promotoria de Justiça pediu que ela fosse condenada a 30 anos de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves, atuava desde 2010 na articulação criminosa. "No mês de abril, verificamos uma inconsistência na folha de pagamento quanto aos valores. Eu havia solicitado o fechamento da folha com antecipação, e aí identificamos uma pessoa estranha na folha referente ao mês de março. A partir disso, passamos a fazer um processo de investigação que durou 72 horas, identificamos que isso se repetia de mês em mês. De imediato, comunicamos isso ao Ministério Público e passamos a fazer uma investigação em conjunto", afirmou o secretário.

"O MP colheu informações junto à rede bancária e isso permitiu identificar que esses procedimentos existiam desde 2010, no mês de fevereiro, quando esse sistema para a folha de pagamento foi implantado", complementou.

Alves também falou sobre como a técnica administrativa operava o esquema. "Ela operou essa fraude porque ela tinha uma senha que foi lhe dada com essa amplitude na concepção do sistema. Desde o primeiro momento, ela tinha uma senha que lhe permitia fazer isso sem nenhuma hierarquia. Nem a pessoa responsável pela coordenação de Recursos Humanos tinha a mesma autonomia que essa técnica administrativa tinha, o que nos leva a acreditar que, como ela estava na secretaria desde o ano de 2008, ela fez essa alteração com uma senha que lhe permitia ter essa amplitude de ações, desde o cadastro até o pagamento. A cada vez que era feito um pagamento, o sistema era retificado. Ou seja, se fosse feita uma auditoria ou uma fiscalização entre o cadastro e a folha de pagamento em si, não se notava nenhuma anormalidade", afirmou. 

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Graeco) apontou que os desvios aconteceram em maior número entre  2013 e 2015. Um montante de quase 5 milhões de reais foram movimentados no esquema que já gerou, ao todo, 6 mandados de prisão.

Ainda de acordo com o secretário, durante o período em que ela esteve de licença maternidade, não foram registrados desvios na pasta. Após o final da licença, quando ela retornou, os crimes voltaram a acontecer. "Ao longo de cinco meses em que ela cumpria a licença maternidade, não se observou uma tentativa de fraude ou incorreção na folha de pagamento. Isso voltou a ocorrer no dia 22 de setembro, na semana passada. Os equipamentos estavam monitorados e ela solicitou o destravamento da sua senha após voltar de licença. No momento que a senha foi destravada, ela voltou a perpetrar os mesmos delitos", relatou José Antônio Rodrigues Alves.