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Maria Bonita 'ajudou a poupar algumas vidas' ao se unir a Lampião, diz jornalista

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Maria Bonita 'ajudou a poupar algumas vidas' ao se unir a Lampião, diz jornalista

Em entrevista à Rádio Metrópole, Wagner Barreira falou sobre curiosidades da trajetória dos cangaceiros

Maria Bonita 'ajudou a poupar algumas vidas' ao se unir a Lampião, diz jornalista

Foto: Reprodução / Facebook

Por: Juliana Rodrigues no dia 26 de novembro de 2018 às 12:09

O jornalista Wagner Barreira contou, hoje (26), em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, curiosidades da trajetória dos cangaceiros Lampião e Maria Bonita, personagens históricos do Nordeste. Ex-diretor da revista Aventuras na História, Barreira é o autor do livro "Lampião e Maria Bonita - Uma História de Amor e Balas", lançado em outubro. No último mês de julho, a morte de Lampião completou 80 anos.

Segundo o escritor, a relação entre os dois cangaceiros ia além do mero companheirismo. "Maria era a paixão da vida dele, definitivamente. Antes de ficar com ela em definitivo, ele curtiu muita dor de cotovelo por não vê-la. Tinha uma relação afetiva muito forte entre os dois. Para Maria, tinha a relação do envolvimento com um sujeito que era muito poderoso, muito admirado na região. Era temido e admirado", explicou, sem deixar de lembrar que Maria Bonita largou o próprio marido para ficar com Lampião.

Barreira contou que a presença de Maria Bonita e de outras mulheres no bando de cangaceiros não chegou a alterar profundamente a rotina do grupo, mas teve certa influência. "Por exemplo, ela [Maria Bonita] ajudou a poupar algumas vidas. Quando Lampião dizia que ia matar uma pessoa, ela intercedia e acabava salvando a vida das pessoas. E tem uma coisa mais geral das mulheres no cangaço, que é a redução do nomadismo cangaceiro. (...) Quando as mulheres entram para o cangaço, eles começam a ficar mais gregários, procuravam ficar em locais mais próximos da água", disse.

Para o escritor, a visão de Lampião como uma espécie de Robin Hood nordestino está em "franca decadência", mas há algo que o diferencia do bandido comum: a "ética sertaneja", mantida pelo cangaceiro inclusive nas alianças "pontuais" com coronéis.