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Sexta-feira, 22 de março de 2024

Cidade

Diretores de empresa alvo da PF ganharam expertise em outro esquema, diz CGU

Ação mira contrato com o Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI), cujos diretores são ex-funcionários do IMCBA, que teve um esquema criminoso descortinado na Operação Copérnico, em 2016

Diretores de empresa alvo da PF ganharam expertise em outro esquema, diz CGU

Foto: Divulgação/ CGU

Por: Juliana Almirante no dia 20 de março de 2019 às 11:20

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (20) em Salvador teve início a partir de fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) que constatou irregularidades na contratação do Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI) para prestação de serviços na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Paripe, no Multicentro Liberdade e no Multicentro Carlos Gomes. 

Conforme a CGU, o IMEGI foi precedido em seu modus operandi pelo Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCBA), outra entidade que também atuava na área de Saúde, praticando desvios de recursos, fraude a licitações e lavagem de dinheiro. 

O esquema criminoso no ICMBA foi descortinado na Operação Copérnico, deflagrada em julho de 2016.     

À época, os dirigentes do IMEGI eram funcionários do IMCBA. Com isso, adquiriram a expertise no modelo de fraude praticado, dando continuidade ao esquema por meio de outra associação civil de direito privado, que supostamente não possuía fins lucrativos nem econômicos.

Segundo a CGU, a investigação revelada nesta terça-feira aponta que os certames vencidos pelo IMEGI foram direcionados, mediante alteração injustificada das exigências de habilitação e do tipo de licitação (de técnica e preço para menor preço), além de ter ocorrido favorecimento no julgamento das propostas. 

As irregularidades permitiram que o instituto, que não tinha a capacidade operacional exigida pela prefeitura, fossse vencedor das licitações. 

Os serviços foram contratados em valor superior ao custo efetivo de manutenção das unidades de saúde, chegando a 34% para os multicentros e 16% para a UPA. 

O IMEGI, que formalmente se define como organização sem fins lucrativos, recebeu, segundo a apuração, em função dos três contratos firmados com a SMS, um total de R$ 30.671.289,90, sendo R$ 8.099.345,01 em valores superfaturados.