
Cidade
Conselheiro aposentado do TCE rememora histórias do pai, coronel Horácio de Matos
Militar foi líder da região de Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia

Foto: Alexandre Galvão/ Metropress
O ex-deputado estadual e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Horácio Matos Júnior, contou hoje (8), em entrevista à Rádio Metrópole, episódios da trajetória do pai, o coronel Horácio de Matos.
O ex-parlamentar relatou que o pai era garimpeiro e foi chamado por um tio, que era o então coronel da região, para trabalhar em uma loja de tecidos. Depois da morte do tio, Horário passou a comandar a família e se tornou depois líder da região de Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia.
"Meu pai foi intendente naquela ocasião. Ele colocou água encanada na cidade de Lençóis. Fez depósito de água e fornecia água encanada e esgoto. Esgoto, naquela época era um caso sério. Ele fez esgoto, que derrama naquela ponte. Até hoje ainda existe", lembra.
Horácio Matos também recordou o episódio em que o pai enfrentou a Coluna Prestes.
"Quando chegou em Minas, a força do Exército se revoltou contra o comando. Não quis mais prosseguir nem obedecer a chefia. Aí o comandante veio e disse: Coronel, estou com uma tropa que não quer mais prosseguir. os principais eram a cavalo e o resto era a pé. O comandante pediu a papai para comandar as forças do Exército durante 3 dias, para eles seguirem. Depois de três dias, as forças foram entregues e seguiram", lembra.
Ele afirma que o coronel Horácio de Matos foi assassinado aos 49 anos, a mando de Juracy Magalhães, durante o governo de Getúlio Vargas. Juracy era tenente do Ceará e foi mandado por Getúlio para a Bahia.
"Juracy veio como 'manda-chuva' e Getúlio deu ordem para matar todos os chefes do estado para não fazer frente ao governo dele", relembra.
O filho conta que o pai foi morto em Salvador, no Largo Dois de Julho, depois de sair da casa de Raimundo Sena, que foi apoiado por Horácio para ser deputado estadual. O assassino foi um homem que foi tornado militar por Juracy, apenas para que matasse o coronel.
"Um indivíduo que não era policia nem nada, um marginal, e que (Juracy) fez dele um militar, justamente para matar papai. Quando papai saiu da casa de Raimundo Sena, que ele fez deputado. O cara saiu de uma porta e deu três tiros nele, pelas costas. Um logo atravessou o coração. Eu tinha 3 anos. Ele foi sepultado aqui no Campo Santo", diz.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.