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Conselheiro aposentado do TCE rememora histórias do pai, coronel Horácio de Matos

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Conselheiro aposentado do TCE rememora histórias do pai, coronel Horácio de Matos

Militar foi líder da região de Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia

Conselheiro aposentado do TCE rememora histórias do pai, coronel Horácio de Matos

Foto: Alexandre Galvão/ Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 08 de outubro de 2019 às 12:41

O ex-deputado estadual e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Horácio Matos Júnior, contou hoje (8), em entrevista à Rádio Metrópole, episódios da trajetória do pai, o coronel Horácio de Matos.

O ex-parlamentar relatou que o pai era garimpeiro e foi chamado por um tio, que era o então coronel da região, para trabalhar em uma loja de tecidos. Depois da morte do tio, Horário passou a comandar a família e se tornou depois líder da região de Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia.

"Meu pai foi intendente naquela ocasião. Ele colocou água encanada na cidade de Lençóis. Fez depósito de água e fornecia água encanada e esgoto. Esgoto, naquela época era um caso sério. Ele fez esgoto, que derrama naquela ponte. Até hoje ainda existe", lembra. 

Horácio Matos também recordou o episódio em que o pai enfrentou a Coluna Prestes.

"Quando chegou em Minas, a força do Exército se revoltou contra o comando. Não quis mais prosseguir nem obedecer a chefia. Aí o comandante veio e disse: Coronel, estou com uma tropa que não quer mais prosseguir. os principais eram a cavalo e o resto era a pé. O comandante pediu a papai para comandar as forças do Exército durante 3 dias, para eles seguirem. Depois de três dias, as forças foram entregues e seguiram", lembra.

Ele afirma que o coronel Horácio de Matos foi assassinado aos 49 anos, a mando de Juracy Magalhães, durante o governo de Getúlio Vargas.  Juracy era tenente do Ceará e foi mandado por Getúlio para a Bahia.

"Juracy veio como 'manda-chuva' e Getúlio deu ordem para matar todos os chefes do estado para não fazer frente ao governo dele", relembra.

O filho conta que o pai foi morto em Salvador, no Largo Dois de Julho, depois de sair da casa de Raimundo Sena, que foi apoiado por Horácio para ser deputado estadual. O assassino foi um homem que foi tornado militar por Juracy, apenas para que matasse o coronel.

"Um indivíduo que não era policia nem nada, um marginal, e que (Juracy) fez dele um militar, justamente para matar papai. Quando papai saiu da casa de Raimundo Sena, que ele fez deputado. O cara saiu de uma porta e deu três tiros nele, pelas costas. Um logo atravessou o coração. Eu tinha 3 anos. Ele foi sepultado aqui no Campo Santo", diz.