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Segunda-feira, 18 de março de 2024

Cidade

Alunos reclamam de demissões de professores na Estácio em Salvador; faculdade diz que é 'natural'

Empresa ainda destaca que "a norma coletiva da categoria prevê que eventuais movimentações de professores só ocorram em janela muito restrita"

Alunos reclamam de demissões de professores na Estácio em Salvador; faculdade diz que é 'natural'

Foto: Divulgação

Por: Juliana Almirante no dia 12 de dezembro de 2019 às 12:04

Alunos da Faculdade Estácio em Salvador estão preocupados com a demissão de cerca de 60 profissionais da unidade, entre professores e coordenadores. Os desligamentos ocorreram no início da semana, após o encerramento do último semestre do ano.

Procurada pelo Metro1, a faculdade disse, em nota, que as demissões "fazem parte de um processo natural para qualquer instituição de ensino". A empresa ainda destaca que "a norma coletiva da categoria prevê que eventuais movimentações de professores só ocorram em janela muito restrita, o que faz com que o volume de desligamentos fique concentrado em curto espaço de tempo".

Um dos profissionais demitidos relata que a situação que ocorreu nas unidades de Salvador se repetiu em várias unidades da rede, em todo o país.

“Não houve critério de demissão e é uma política que eles têm. Foi independentemente da qualificação, de especialista a doutor, foi demitido da mesma forma. Faz parte do mercado, é natural, mas o problema, é que, em site de pesquisa, você vê que, só nesse ano, a Estácio tem lucro liquido de milhões. São mais de 80 unidades no Brasil e se multiplicar, são mais de 2 mil (profissionais). A política é de demitir, para não acumular direito trabalhista. Eles declaram contenção de custos”, explica.

No total de 22 coordenadores, quatro foram desligados no campi do bairro da Calçada e cinco no do Stiep. Nos cursos da área de gestão, por exemplo, foram oito professores demitidos, dentre um total de 19.

Com a demissão dos coordenadores dos cursos, fica difícil até mesmo para os alunos encontrarem respostas para saber qual será a situação da faculdade no próximo semestre, segundo uma estudante de Pedagogia ouvida pelo Metro1. “Tentamos conversar, mas o reitor não está na faculdade. Os alunos não tem resposta de porque foram demitidos. Os coordenadores foram demitidos, então não temos como saber. Só no meu curso, foram três professores e um coordenador demitidos”, afirma.

Outro aluno de Engenharia Mecânica conta que também perdeu não apenas a coordenadora do curso, como quatro professores e entre eles aquele que iria orientar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no próximo semestre. Ele diz que a faculdade já havia demitido professores, em menor quantidade, no primeiro e no segundo semestres desse ano, o que havia provocado prejuízos também.

“A gente não tem clareza do que vai ser pra frente. Já tinha acontecido no início desse ano, mas em escala menor e não gerou tumulto que aconteceu agora”, reclama.

Confira a nota da Estácio, na íntegra:

“A Estácio informa que os desligamentos realizados fazem parte de um processo natural para qualquer instituição de ensino que periodicamente avalia a sua base de docentes, adequando-a às necessidades do mercado, demandas de cursos e às particularidades das praças em que atua. A norma coletiva da categoria prevê que eventuais movimentações de professores só ocorram em janela muito restrita, o que faz com que o volume de desligamentos fique concentrado em curto espaço de tempo. 

Além de atuar em total conformidade com as normas do órgão regulador e com a legislação em vigor, a Estácio reafirma seu compromisso em manter a qualidade de ensino que conquistou com muito trabalho ao longo dos últimos anos.”