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Major da PM destaca a importância do bloco Ilê Aiyê

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Major da PM destaca a importância do bloco Ilê Aiyê

“É a partir dele que muitos meninos e meninas negras começaram a ver que havia beleza em nós”, afirmou Denice Santiago

Major da PM destaca a importância do bloco Ilê Aiyê

Foto: Tássio Moreira/ MetroPress

Por: Luciana Freire/ James Martins no dia 22 de fevereiro de 2020 às 22:26

A comandante da Operação Ronda Maria da Penha, major Denice Santiago, disse em entrevista à Rádio Metrópole hoje (22) na cobertura da saída do Ilê, que o bloco é uma instituição importante para desenvolvimento do orgulho da beleza negra, e que inclusive, quando adolescente queria ser Deusa do Ébano. 

"O bloco é uma instituição emblemática, é a partir dele que meninos e meninas negras começaram a ver que havia beleza em nós. Durante muito tempo nós fomos impulsionados a imaginar que não era possível associar meninas pretas a beleza e ele [Ilê Aiyê] ainda se intitulou mais belo dos belos e traz uma mulher como deusa do Ébano. Bem que eu queria ser deusa do Ébano, meu sonho de adolescente", brincou a comandante.

Sobre a proposta “Eu Quero Ela”, campanha que defende o protagonismo de uma candidatura negra para a prefeitura de Salvador, Denice diz que torce para a campanha e que seu voto vai para uma pessoa negra. Questionada sobre sua possível candidatura, Denice desconversou.

"Eu achei genial essa bancada, eu acredito sim que nós soteropolitanos precisamos fazer esse debate, porque a gente precisa mostrar para nossas crianças que estão nascendo que os espaços de poder podem ser ocupados por pessoas negras e que essas pessoas vão fazer trabalhos maravilhosos, fantásticos, eu torço muito, e se você quiser saber do meu voto, ele vai para uma pessoa negra com certeza", contou Denice.

Na entrevista a comandante ainda comentou sobre o racismo institucional quando questionada sobre o recente caso de violência envolvendo um policial militar e um jovem de cabelo black power.

"Infelizmente a construção da nossa cultura nos levou a normalizar e naturalizar práticas racistas, a gente acreditou que aquilo era uma 'brincadeira', que não tem problema nenhum [...] Nós precisamos para poder solucionar esse problema, admitir sua existência, entender que ele existe e promover em nós mesmos uma mudança de postura", afirmou Denice.