Nova denúncia: Ana Rita ignora Justiça sobre dívida de chácara em Salvador

O imóvel da idosa de 88 anos alugado no bairro de Piatã pela vereadora e candidata à reeleição pelo PT, Ana Rita Tavares, não é o único a ter as parcelas do aluguel atrasadas por ela. Na manhã de ontem (15), três dias após a primeira denúncia, outro caso foi relatado à Rádio Metrópole, desta vez envolvendo a Chácara Tutti Frutti, situada no Km 10,5 da rodovia CIA/Aeroporto, onde funciona a Terra Verde Viva, ONG da parlamentar. Ana Rita alugou o espaço há cinco anos, mas não paga a locação há três. Além disso, as contas de energia estão em aberto há onze meses e o imóvel teve o fornecimento cortado.

Segundo documentos obtidos pelo Metro1, o valor do aluguel acordado em outubro de 2015 foi de R$ 2,4 mil, nunca reajustado. As parcelas não são pagas desde novembro de 2017. "Ela nunca foi pontual no pagamento. Em 36 meses devidos, já são R$ 86,4 mil, sem juros e correção. Isso sem considerar os danos causados ao imóvel e as contas de luz atrasadas, de aproximadamente R$ 150 por mês", explica a filha do proprietário da chácara. De acordo com ela, o atraso das faturas de energia trouxe outro inconveniente: como Ana Rita não trocou a titularidade do contrato junto à Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), o nome do proprietário, já falecido, foi parar no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

O caso foi levado à Justiça em 2018, tendo sido tratado em dois processos. Em uma das ações, uma sentença expedida pelo juiz Paulo Albiani Alves decidiu por uma ordem de despejo, que não foi contestada pela defesa de Ana Rita, mas também não foi cumprida. Na outra, a família do proprietário pede o desconto de 20% do salário da vereadora para que os aluguéis sejam pagos. Neste último processo, ainda não houve decisão. A parlamentar não esteve presente nas audiências realizadas.

De acordo com a filha do proprietário, a chácara é o único imóvel que poderia trazer uma renda extra à família, que vive uma situação difícil: "Meu pai morreu de infarto com 62 anos, em julho, e minha mãe tem 73 anos. Eles dividiram a chácara, construíram uma casinha em uma parte do terreno e alugaram o restante. Hoje ela vive de salário mínimo e não tem plano de saúde".

A filha do dono da chácara ainda se queixa dos transtornos causados pelas centenas de cães e gatos levados ao local pela vereadora. "Trazem um mau cheiro terrível, barulho e destruição. A casa está toda acabada, não tem mais grama", relata. Nos documentos do processo, consta que o imóvel foi alugado para acolher entre 50 e 60 animais, mas já em 2018 eram 230 cães e um número "imensurável" de gatos. Atualmente, há em torno de 180 cães e nenhum gato.