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Cia Baiana de Patifaria encerra as atividades após quase 35 anos

Cultura

Cia Baiana de Patifaria encerra as atividades após quase 35 anos

O diretor e ator Lelo Filho fez o anúncio em uma rede social. Ele se queixa da falta de apoio público para manter o grupo ativo durante a pandemia

Cia Baiana de Patifaria encerra as atividades após quase 35 anos

Foto: Mercury

Por: Maria Clara Andrade no dia 01 de dezembro de 2021 às 10:08

Nesta quarta-feira (30), a Cia Baiana de Patifaria anunciou o fim de suas atividades. Prestes a completar 35 anos de existência, um dos grupos de teatro mais tradicionais da Bahia não resistiu aos males da pandemia.

"Entraremos para a lista de companhias de teatro que não conseguiram passar em nenhum edital recente da Lei Aldir Blanc, nem pelo município e nem pelo estado", escreve o diretor Lelo Filho, no texto em que anuncia o fim do grupo.

A Cia Baiana de Patifaria criou clássicos como "A Bofetada", espetáculo que foi apresentado ao público pela primeira vez em 1988. Desde então, temporada atrás de temporada, a peça foi sucesso de bilheteria.

Agora, com a pandemia de Covid-19, a companhia se viu sem recursos. Não era a primeira vez que passavam por dificuldade. Ainda segundo o texto postado por Lelo Filho, em 2017, quando o grupo completava 30 anos, não conseguiram aprovar nenhum projeto em editais culturais. Mas, dessa vez, não houve público nem bilheteria para compensar.

"Meu agradecimento ao público que acompanhou nosso trabalho em quase 70 cidades do país e, em especial, ao de Salvador. Aos amigos e amigas que ajudaram tanto em nossa 'vaquinha virtual' durante a pandemia e que nos trouxeram até aqui, tentando resistir", diz trecho do anúncio feito por Lelo Filho.

Em outra publicação, o diretor afirma que ainda não sabe o que fará no futuro. Segundo ele, vontade de trabalhar não falta. Durante a pandemia, a Cia Baiana de Patifaria tentou se reinventar, através de lives e transmissões gravadas na sede do grupo. "Falamos muito de resistência e continuaremos a falar, é preciso que a Arte e os artistas falem e debatam a nossa invisibilidade, não só para o governo federal, mas, também, nas outras esferas. Tentamos."