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Mãe Bernadete, Varela, Jayme Figura, Porto do Moreira, Rita Lee… relembre perdas de 2023

Cultura

Mãe Bernadete, Varela, Jayme Figura, Porto do Moreira, Rita Lee… relembre perdas de 2023

Um ano difícil em muitos sentidos, deixou também várias perdas fatais e, esperamos, algum aprendizado

Mãe Bernadete, Varela, Jayme Figura, Porto do Moreira, Rita Lee… relembre perdas de 2023

Foto: Divulgação

Por: James Martins no dia 22 de dezembro de 2023 às 11:41

Atualizado: no dia 22 de dezembro de 2023 às 11:52

Este, definitivamente, não foi um ano fácil. 2023 vai ficar marcado na vida de muitos, inclusive por perdas significativas. E por mortes. Aqui na Bahia tivemos algumas certamente inesquecíveis, como a do apresentador Raimundo Varela e a do artista plástico Jayme Figura. Torcendo para que este finzinho de ano não leve mais ninguém, relembre algumas das mortes que marcaram o período. 

Restaurante Porto do Moreira
Para começar, uma morte não humana, mas nem por isso pouco sentida. O Porto do Moreira fechou as portas, depois de muita especulação, crise, tira e bota placa de venda, campanha da Metropole, etc. No dia 14 de julho uma publicação no Instagram deu notícia à Bahia do fim de uma era de quase 85 anos servindo boa comida e proporcionando boa convivência no centro da cidade. Vale lembrar que estabelecimentos comerciais, diferentemente das pessoas (Jesus Cristo à parte), podem ressuscitar.

Raimundo Varela
Voz e presença marcante do jornalismo baiano, Varela morreu no dia do aniversário do Moreira e da Independência do Brasil: 7 de setembro. O apresentador tinha 75 anos e havia se submetido a transplantes de rins e fígado em 2006. Natural de Itabuna, ele atuou na TV Itapoan, na TV Bandeirantes e na Rádio Sociedade. Durante a carreira, emplacou vários bordões como “acorda pra vida e bota o pé o chão” e os inesquecíveis cartões amarelo e vermelho, que levou do futebol para o noticiário.

Mãe Bernadete
Assassinada de forma vil e cruel, no dia 17 de agosto, com 22 tiros (sendo 12 no rosto), a ialorixá Mãe Bernadete Pacífico simboliza com sua morte toda a dor deste ano. O crime ainda não foi solucionado e nos envergonha a todos, como sociedade e Estado, por não sermos capazes de impedi-lo nem de resolvê-lo com a justa punição dos culpados.

Jayme Figura
Mais do que um artista, uma verdadeira obra de arte. Ou ainda mais, espécie de lenda urbana performática, evocado (a contragosto) para assustar criancinhas, Jayme Figura era verdadeiramente uma figura de linguagem. Mestre da arte performática brasileira, morreu no dia 26 de novembro, aos 64 anos. Nem no velório seu rosto foi revelado.      

BRASIL

Roberto Dinamite
O maior ídolo da história do Vasco da Gama morreu logo no início do ano, dia 8 de janeiro. Num domingo como aqueles em que ele costumava lotar o Maracanã ou São Januário. Dinamite tinha 68 anos e lutava contra um câncer no intestino.

Glória Maria
Ícone da TV brasileira, Glória Maria morreu em pleno Dia de Iemanjá: 2 de fevereiro. Inspiração para inúmeras jornalistas negras (e não negras), ela foi a primeira repórter a aparecer ao vivo e a cores na televisão em nosso país. “Eu sou uma pessoa movida pela curiosidade e pelo susto", gostava de dizer. Quando Glória morreu, alguns veículos de imprensa cometeram a indelicadeza de divulgar a idade que ela sempre escondeu. Gesto que não iremos repetir aqui.   

Rita Lee
No dia 8 de maio, perdemos a rainha do rock nacional: Rita Lee Jones. Ela sofria de um câncer no pulmão e morreu em casa aos 75 anos. Rita revolucionou a música brasileira, com os Mutantes e em carreira solo. Seu jeito de escrever letras influenciou e abriu portas para o rock dos anos 1980, o chamado BRock. Fez shows memoráveis e deixou canções imortais como “Mania de Você” e “Doce Vampiro”. 

João Donato
Compositor genial, multi-instrumentista, arranjador de sutilezas, João Donato nasceu no Acre, em 1934, e parecia realmente imortal quando morreu no Rio, no dia 17 de julho deste ano, aos 88 anos. Entre seus discos, destacam-se “Lugar Comum” e “Quem é Quem”. Deixa também canções como “A Paz”, “A Rã” e “Emoriô” na história da música brasileira.

Lanny Gordin
O guitarrista Lanny Gordin não era muito conhecido pelo grande público, mas era considerado mestre por outros que, sim, são bastante famosos, como Pepeu Gomes. Nascido em Xangai, de pai russo e mãe polonesa, aprendeu a ser brasileiro no cultivo musical. É dele o solo de guitarra de “Atrás do Trio-Elétrico”, de Caetano Veloso. Tocou também no lendário disco “Expresso 2222”, de Gil. Morreu no dia em que comemorava 72 anos: 28 de novembro. 

Carlos Lyra
Um dos criadores da bossa nova, autor de canções perfeitas e redondas, como “Saudade Fez Um Samba”, Carlos Lyra morreu aos 90 anos, no dia 16 de dezembro. Para dar uma ideia de sua dimensão, basta dizer que Tom Jobim o considerava “o maior melodista do Brasil”. Pronto. 

MUNDO

Astrud Gilberto
Ela era baiana, soteropolitana. Mas, desde que botou sua voz na “Garota de Ipanema” (ou melhor, in “The Girl From Ipanema”), em 1962, Astrud tornou-se do mundo. Ela morreu no dia 5 de junho, aos 83 anos, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Em 2002, foi indicada para o "International Latin Music Hall of Fame". Discreta, não dava entrevistas. 

Tina Turner
Considerada rainha do rock, Tina Turner morreu no dia 24 de maio, também aos 83 anos, em sua casa na Suíça. Ela era explosiva e dançante. Ganhou 8 prêmios Grammy e vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Deixou sucessos como "What's Love Got to Do with It", "The Best" e "We Don't Need Another Hero". No Brasil, inspirou a personagem Tina Pepper, de Regina Casé. 

Mathew Perry
O eterno Chandler Bing da aclamada série “Friends”, Mathew Perry morreu no dia 28 de outubro, na banheira de hidromassagem de sua casa. “Nossa, isso foi profundo… Ter que dizer adeus ao nosso Matty foi uma onda insana de emoções que eu nunca experimentei antes”, escreveu Jennifer Aniston em uma mensagem pública de despedida do amigo.