Preservado como aparece no filme, interior da Casa de Dona Flor é demolido em reforma; veja fotos

Conhecido no mundo inteiro como a casa de Dona Flor e seus dois maridos, o imóvel de número 12 no Largo da Palma permaneceu até bem pouco tempo atrás idêntico ao que aparece no filme de Bruno Barreto, baseado no livro de Jorge Amado, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça nos papéis principais, lançado em 1976. Porém, em reforma desde 2021, o interior do sobrado foi demolido recentemente, deixando a elegância das escadas, corrimões e portas de madeira e a singeleza dos detalhes da pintura nas paredes apenas para as imagens da película e as lembranças gerais.

Na verdade, o surpreendente é que o imóvel tenha se mantido como o cenário do filme, a escola de culinária "Sabor e Arte", de Dona Flor, por quase 50 anos. Sem nunca ter tido outro uso.

Em fotos publicadas em maio de 2021, o perfil de Instagram @sem_pre_ssa revelou que detalhes da casa habitada pelo trisal mais famoso da literatura e do cinema nacional se mantinham intactos.

À época, o Metro1 publicou uma matéria sobre a venda do sobrado, que estava disponível desde 2016, com valor anunciado em R$ 680 mil. Sem revelar a identidade do novo proprietário, o mestre de obras afirmou que o local será usado como moradia.

No filme, o detalhe floral na parede.

As mesmas parreiras em fotos de 2021.

A estrutura original da casa possuía 9 quartos e até mesmo 1 porão. A reforma, porém, botou abaixo as divisões e deve reconfigurar o interior do sobrado. Vale lembrar que não há nada de errado no procedimento, uma vez que a fachada permanece preservada — apenas também precisando ser revitalizada. Em frente à Igreja de Nossa Senhora da Palma, cuja construção iniciou-se em 1630, a casa de Dona Flor faz parte do patrimônio histórico tombado pelo Iphan.

O corrimão da escada para os aposentos.

A fachada permanece preservada...

O filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos" foi, durante 34 anos, o grande recordista de bilheteria do cinema nacional, levando mais de 10 milhões de pessoas às salas. Foi ultrapassado em 2010, por "Tropa de Elite", de José Padilha. Em 2017, uma nova versão cinematográfica do romance, dirigida por Pedro Vasconcelos, chegou às telas. Mas, neste, a casa da protagonista (vivida por Juliana Paes), já não era no mesmo lugar.