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'Duro de ler', diz Ignácio de Loyola Brandão sobre romance que aborda corrupção

Cultura

'Duro de ler', diz Ignácio de Loyola Brandão sobre romance que aborda corrupção

Ele afirma que a obra trata de um momento futuro no Brasil, onde existem vários partidos políticos e cada um deles pode eleger o presidente por um mês

'Duro de ler', diz Ignácio de Loyola Brandão sobre romance que aborda corrupção

Foto: André Brandão/ Divulgação

Por: Juliana Almirante no dia 18 de setembro de 2019 às 09:18

O escritor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras Ignácio de Loyola Brandão falou,  em entrevista à Rádio Metrópole hoje (18), sobre seu último romance, a distopia "Desta terra nada vai sobrar a não ser o vento que sopra sobre ela". 

Ele afirma que a obra trata de um momento futuro no Brasil, onde existem vários partidos políticos e cada um deles pode eleger o presidente por um mês.

O livro faz parte de uma trilogia juntamente com as obras "Zero" e "Não haverá país nenhum".

"Existe uma epidemia que dá nos corruptos e os corruptos, à medida que ganha propina, vai diminuindo de tamanho, até ficarem micros. Por isso você não encontra nenhum corrupto pela frente. Às vezes, roubam tanto que desaparecem", conta. 

O escritor diz que, no romance, autoridades como presidente de Assembleia Legislativa e secretário de Estado são preso e há propinas por toda a parte. Os políticos, no entanto, diziam que eram inocentes e o discurso acabava virando um refrão repetitivo.
 
 "As palavras perderam o sentido e um dia elas consistiram uma imensa montanha. E quando você atravessava esse entulho, e o personagem atravessa de ônibus, ele ficava ouvindo o tempo inteiro essas coisas até enlouquecer. Eu fui fazendo uma fantasia, uma metáfora, de tudo que está aí", relata Ignácio. 

Ele declara que acabou fazendo, no livro, uma "alegoria muito louca", porém "muito condensada". "Enfim, é um livro duro de ler, irônico, satírico, mordaz, com humor sutil. Já foi lançado em Português e  uma das críticas citou como um livro ímpar na língua portuguesa", afirma.