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'Espaço de integração', diz diretor do Neojiba sobre projeto de palco com financiamento coletivo

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'Espaço de integração', diz diretor do Neojiba sobre projeto de palco com financiamento coletivo

Intenção do projeto da arca é integrar o programa orquestral com a comunidade da Liberdade, onde está situado o Parque do Queimado, sede do Neojiba

'Espaço de integração', diz diretor do Neojiba sobre projeto de palco com financiamento coletivo

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 17 de outubro de 2019 às 09:39

O diretor do Neojiba, Ricardo Castro, disse hoje (17), em entrevista à Rádio Metrópole, que o novo palco aberto ao público, cuja construção é alvo de meio de financiamento coletivo, deve ser um espaço de integração. 

"Integrar é a palavra-chave do Neojiba. Quando eu cheguei para fazer o Neojiba, ouvia muito sobre inclusão social. Eu não entendia esse termo: de onde para onde? Prefiro integração, porque eu lembrava, como morador do Canela e estudante do Marista, que nunca tinha jogado bola com o menino de Periperi. Eu não ia para festa de aniversário de um menino que morava na periferia e isso é um fator de desintegração da sociedade", justifica.
 
Ao conhecer no ano de 2005, na Venezuela, um projeto que o inspirou a criar o Neojiba, ele diz que percebeu que essa integração social acontecia. 

"Quando eu conheci e tomei um choque, na Venezuela, via esses meninos todos juntos. Não somente tocando, mas comemorando. Eu fui tocado por essa coisa e por essa missão que a música pode ter, independentemente da sua crença", continuou.

Ricardo Castro defende que uma das funções da música é integrar pessoas de diferentes credos e posicionamentos políticos. 
 
"No Neojibá, você tem um pai de santo, o evangélico, o católico, o espiríta, o bolsominion, o PTminion (risos). Na hora de tocar, a gente só quer fazer uma coisa, que é a beleza, que é a música. A gente precisa promover isso. A arca também é espaço de integração", argumenta.

A intenção do projeto da arca é integrar o programa orquestral com a comunidade da Liberdade, onde está situado o Parque do Queimado, sede do Neojiba.

"A gente quer integrar a população do bairro da Liberdade às nossas ações. A gente acha que instituição pública tem que ser aberta ao público em todos os sentidos. Esse espaço, que é o sarau da arca, será aberto à poesia, à música popular, ao hip hop. O que tiver no bairro vamos integrar", explicou. 

O financiamento coletivo é feito com contribuições a partir de R$ 15. Segundo Ricardo Castro, o objetivo é que o maior número de pessoas possa colaborar. 

"Essa ação para a gente é simbólica. O que a gente quer é mostrar que juntos a gente consegue fazer alguma coisa. E que a pessoa tenha orgulho de ter participado. É algo que vai ficar. É a construção de uma arca, de um palco externo, tipo uma concha acústica dentro do parque", disse.

Outra ação comentada pelo diretor do Neojiba é o festival que comemora 12 anos do programa, neste final de semana.

"Quem for vai ter oportunidade de escutar toda a meninada do Neojibá. No final, vou fazer recital de piano, coisa que faço raramente, com duas grandes sonatas: a sonata da marcha turca de Mozart - que já se toca até em carnaval da Bahia - e a sonata da marcha fúnebre de Chopin, em homenagem aos 170 anos de morte do compositor que hoje, 17 de outubro, faleceu em 1849 em Paris. O tema do festival é "Transforma", porque a gente quer falar do poder de transformação da música", afirma.