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Jorge Portugal 'era um artista que fez da sala de aula seu grande palco', diz Lazzo

Cultura

Jorge Portugal 'era um artista que fez da sala de aula seu grande palco', diz Lazzo

Em entrevista à Rádio Metrópole, cantor e compositor lamentou a morte do amigo e falou sobre o processo de criação da música "14 de Maio"

Jorge Portugal 'era um artista que fez da sala de aula seu grande palco', diz Lazzo

Foto: Camila Souza/GOVBA

Por: Juliana Rodrigues no dia 04 de agosto de 2020 às 13:07

O cantor e compositor baiano Lazzo Matumbi lamentou a morte do professor e ex-secretário de Cultura do estado, Jorge Portugal, em entrevista à Rádio Metrópole, hoje (4). Além de dividir com Mário Kertész e Malu Fontes a dor pela perda do amigo, Lazzo exaltou as qualidades de Portugal como professor. 

"A gente sabe que a vida tem dessas coisas, quando a gente está achando que está trilhando um caminho longo, ela vem e arrebata a gente numa surpresa que deixa a gente muito entristecido. Juro por Deus que não sei o que dizer. Talvez esse efeito que eu vá sentir vá ser exatamente no decorrer da trajetória, todas as vezes que eu estiver cantando as poesias que ele escreveu pra mim. (...) Eu lembro dele com grande alegria porque todas as vezes que eu o via dando aula, eu sempre imaginava que ele era um artista que fez da sala de aula o grande palco dele. Ele dava aula com a mesma alegria que ele tinha no palco. Por isso o tamanho do respeito que eu tinha a ele. Ele atuava com uma plenitude, uma grandeza que nos deixava muito felizes de estar perto dele", afirmou.

Lazzo deu voz a músicas compostas por Portugal, a exemplo de "Alegria da Cidade", além de assinar a composição de "14 de Maio" em parceria com ele. Esta última canção, considerada um hino de resistência negra, nasceu após um "desconforto" de Lazzo.

"Quando relatei pra ele o meu incômodo em cantar o final de 'Alegria da Cidade', ele até deu uma risada. Eu disse a ele que quando eu cantava 'apesar de tanto não, tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade', eu sentia que em alguns olhares havia um certo conformismo. Ele disse 'eu vou escrever alguma coisa pra te dizer'. Um belo dia ele me ligou e disse que tinha uma pérola chamada 'O dia seguinte'. Ele me deixou muito ansioso, porque o dia seguinte podia ser várias coisas, nunca atribuí ao dia 14 de maio. Quando ele me mostrou, eu disse 'rapaz, peraí que isso aqui precisa de um cuidado para colocar a música'. Quando eu coloquei a música, gravei e cantei, mandei pra ele, e ele retornou a ligação chorando de emoção", contou.