Economia
PAC e emendas podem bancar ressarcimento de vítimas de descontos ilegais do INSS, diz Fazenda

"Ganhava R$ 1.570, como ia conseguir pagar alguém para ficar com duas crianças e de confiança? Tive que parar", conta Nara Florencio
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Um contingente de 11,1 milhões de mulheres precisaram deixar o mercado de trabalho em 2022 para se dedicarem à casa e aos filhos, mesmo mantendo o desejo de permanecerem ativas no mercado. 6,8 milhões dessas mulheres são negras, é o que mostra o estudo sobre o custo da maternidade no Brasil, realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da USP.
A pesquisa aponta que a taxa de participação no mercado das mulheres casadas com filhos de até 2 anos é de 49,3%, enquanto a do homem com a mesma situação familiar varia de 93,9% se a mulher não trabalhar fora a 97,2% quando ela está no mercado.
Caso essas 11,1 milhões de mulheres permanecessem trabalhando fora, a força de trabalho cresceria em torno de 10%, o que, de acordo com os especialistas, traz um claro impacto na produtividade do país. Em recorte de escolaridade, a mulher tem mais instrução que o homem, porém, ganha em média 78% do que eles recebem.
Amanda Resende, uma das autoras do estudo do Made, afirma que a pesquisa mostra que as mulheres mães, principalmente as negras, estão mais sujeitas à pobreza de tempo e renda. Aquelas que não têm condições de terceirizar o serviço estão fora do mercado ou sujeitas a empregos mal remunerados e informais, por precisarem conciliar essas funções.
A experiência de Nara Roseane Florêncio confirma o que diz a pesquisa. Nara precisou deixar o emprego após se tornar mãe das gêmeas Laura e Maria Luísa. "Ganhava R$ 1.570, como ia conseguir pagar alguém para ficar com duas crianças e de confiança? Tive que parar", conta.
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