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Haddad diz que congelamento da tabela do IR fez 20 milhões de brasileiros de baixa renda pagarem imposto

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Haddad diz que congelamento da tabela do IR fez 20 milhões de brasileiros de baixa renda pagarem imposto

Ministro critica governos Temer e Bolsonaro e defende proposta de Lula que amplia isenção para até R$ 5 mil

Haddad diz que congelamento da tabela do IR fez 20 milhões de brasileiros de baixa renda pagarem imposto

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 23 de agosto de 2025 às 15:15

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (23) que a não correção da tabela do Imposto de Renda nos últimos anos penalizou trabalhadores de baixa renda e ampliou a cobrança de forma injusta.

“A não correção do Imposto de Renda promoveu um enorme aumento de impostos das camadas economicamente mais frágeis. Ou seja, os sete anos de não correção da tabela do Imposto de Renda incluiu, no pagamento deste tributo, alguma coisa em torno de 20 milhões de brasileiros que não deveriam estar pagando Imposto de Renda e passaram a pagar nos governos Temer e Bolsonaro”, disse o ministro.

A declaração ocorreu durante debate sobre conjuntura política promovido pelo PT em Brasília, que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, de parlamentares petistas e dirigentes do partido.

A tabela do IR ficou congelada de 2015 a 2022, desde o final do governo Dilma Rousseff até o fim da gestão de Jair Bolsonaro, acumulando defasagem superior a 36%, segundo o Sindifisco Nacional. Nesse período, apenas quem ganhava até R$ 1.903 estava isento.

Em 2024, o governo Lula elevou a faixa de isenção para R$ 2.824, e em maio deste ano o valor subiu para R$ 3.036. A expectativa agora é pela aprovação do projeto de lei que amplia a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, promessa de campanha do presidente.

“Serão 25 milhões de brasileiros beneficiados com a correção da tabela do Imposto de Renda. E uma proposta neutra do ponto de vista fiscal, porque passa a cobrar, de 141 mil brasileiros, um imposto que hoje eles não pagam. São brasileiros que têm renda de mais de R$ 1 milhão por ano. Estamos fazendo alguma justiça tributária, cobrando de quem não paga, do ápice da pirâmide, 142 mil brasileiros é 0,01% da população economicamente ativa, para favorecer 25 milhões de brasileiros”, destacou Haddad.

O ministro defendeu que a medida vai isentar a maioria dos trabalhadores com carteira assinada e estimular a economia interna.

Na última quinta-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o requerimento de urgência do PL 1.087/2025, relatado por Arthur Lira (PP-AL). O projeto prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil e redução parcial do imposto para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar a perda de arrecadação, o texto cria uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem recebe mais de R$ 600 mil por ano.

Segundo estimativa do Dieese, a mudança pode dobrar o número de trabalhadores isentos, passando de 10 milhões para 20 milhões de pessoas, além de reduzir parcialmente o imposto para outros 16 milhões de contribuintes.