
Economia
INSS suspende novos créditos consignados pelo Agibank por graves irregularidades
Auditoria da CGU revela contratos pós-óbito, refinanciamentos fraudulentos e juros incompatíveis em operações do Agibank, levando o INSS a suspender novas averbações de consignado por tempo indeterminado

Foto: INSS
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, por tempo indeterminado, o recebimento de novas averbações de crédito consignado do Agibank após uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um conjunto de irregularidades consideradas graves e potencialmente lesivas aos segurados. Segundo o órgão, há indícios consistentes de que o banco realizou milhares de operações sem o consentimento expresso dos beneficiários, além de práticas que levantam suspeitas de fraude.
Entre os achados, a CGU identificou 1.192 contratos firmados após a morte dos titulares, registrados entre 2023 e 2025. Desse total, 163 foram celebrados mesmo com os benefícios já cessados nos sistemas do INSS. A auditoria também apontou um caso de refinanciamento fraudulento em Fortaleza, no qual um segurado teve sete contratos incluídos em seu nome, três deles inexistentes nos registros oficiais. A manobra adicionou mais de R$ 17 mil ao saldo da dívida, sem que o valor fosse repassado ao beneficiário.
Outro ponto que chamou a atenção foi o padrão atípico nas taxas de juros registradas pelo banco. A CGU identificou mais de 5 mil contratos com juros inferiores a 0,4% e mais de 33 mil operações com taxas abaixo de 1% ao mês — valores incompatíveis com a prática de mercado e que podem ter sido usados para driblar sistemas de controle no momento da averbação.
Diante das irregularidades, o INSS acionou a Polícia Federal e a própria Corregedoria do instituto. A suspensão ao Agibank será mantida até a conclusão do processo administrativo, garantindo ampla defesa e contraditório.
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