
Internacional
Governo italiano afirma não saber onde está Carla Zambelli
Deputada é acusada de invadir sistema do CNJ com ajuda de hacker

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O governo da Itália informou que desconhece o paradeiro da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Segundo a vice-ministra do Interior, Wanda Ferro, a parlamentar desembarcou em Roma no dia 5 de junho, usando passaporte italiano, antes da emissão do alerta vermelho da Interpol. Por essa razão, a polícia não pôde adotar medidas imediatas. As autoridades italianas afirmam que o nome da brasileira não constava nos sistemas nacionais ou internacionais de busca no momento da entrada no país.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por contratar um hacker que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluiu, de forma fraudulenta, um falso mandado contra o ministro Alexandre de Moraes. O Supremo rejeitou os recursos da defesa e determinou o início do cumprimento da pena. A extradição foi solicitada pelo Ministério da Justiça com base no tratado firmado entre Brasil e Itália.
O deputado Angelo Bonelli, em entrevista ao UOL, criticou duramente o governo italiano, dizendo: "Esta resposta do governo é absurda e inaceitável". Segundo ele, as autoridades foram avisadas com antecedência sobre a chegada da deputada: "O governo italiano sabia que Zambelli estava chegando a Roma [...] porque eu havia informado 36 horas antes de sua chegada à Itália".
Bonelli também denunciou possível proteção política por parte do governo Meloni, destacando laços ideológicos com Bolsonaro, aliado da parlamentar. Ele acusou Roma de negligência deliberada e criticou a disparidade no tratamento dado a filhos de imigrantes, que seriam mais vigiados que procurados internacionais. O advogado de Zambelli abandonou a defesa após ser comunicado de sua viagem fora do país.
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