Moradores de Washington protestam contra presença da Guarda Nacional

Milhares de moradores de Washington D.C. foram às ruas neste sábado (6) para exigir que o presidente dos EUA, Donald Trump, encerre a mobilização federal da Guarda Nacional na capital.

Os manifestantes carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem, incluindo mensagens como “liberdade para D.C.” e “resista à tirania”. A marcha, denominada “We Are All D.C.” (somos todos D.C.), reuniu também apoiadores da causa Palestina e críticos à política anti-imigração do presidente.

“Estou aqui para protestar contra a ocupação de D.C., nos opondo ao regime autoritário, e precisamos tirar a polícia federal e a Guarda Nacional das nossas ruas" disse Alex Laufer, uma das protestantes.

Trump anunciou no último dia 11 o envio dos soldados da Guarda Nacional à capital, alegando que o crime na cidade estava “fora de controle”. Dados recentes indicam, porém, que, apesar de um pico em 2023, os índices de violência têm caído, seguindo tendência de redução nas últimas três décadas.

O presidente colocou o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington sob controle federal e mobilizou agentes federais, incluindo membros do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega), para reforçar a presença nas ruas.

A prefeita Muriel Bowser, democrata, classificou a medida de Trump como “sem precedentes”. Essa é a primeira vez que um presidente interfere diretamente na capital desde 1973, ano de promulgação da Lei de Autonomia, que permitiu à população eleger prefeitos.

Diferentemente dos estados, onde os governadores podem mobilizar tropas em conjunto com o governo federal, a Guarda Nacional em Washington está sob comando direto do presidente.

“O que eles estão tentando fazer em D.C. é o que tentam fazer em outras ditaduras,” afirmou Casey, que optou por não divulgar o sobrenome. “Eles estão testando em D.C., e se as pessoas tolerarem o suficiente, vão fazer isso em mais e mais áreas. Então precisamos impedir enquanto ainda podemos.”

Atualmente, mais de 2.000 soldados estão patrulhando a cidade, e o Exército estendeu esta semana a permanência da Guarda Nacional até o dia 30 de novembro.