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"Somos um país soberano e donos do nosso nariz", diz Lula após ameaças dos EUA

Internacional

"Somos um país soberano e donos do nosso nariz", diz Lula após ameaças dos EUA

Presidente ironizou tensão com EUA e defendeu soberania do país

"Somos um país soberano e donos do nosso nariz", diz Lula após ameaças dos EUA

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Por: Metro1 no dia 10 de setembro de 2025 às 15:07

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou novos recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante cerimônia que marcou o início da energização do Linhão Manaus-Boa Vista, nesta quarta-feira (10), em Brasília.

“Ao invés de o Trump ficar brigando com a gente, devia vir conhecer nosso sistema interligado. Ele ia perceber que seria muito legal para os Estados Unidos do que ficar brigando”, disse Lula. “Somos um país soberano e donos do nosso nariz. O Brasil não deve nada a ninguém, se tratando de competência, resiliência e capacidade”, completou.

Tensão com a Casa Branca

As falas ocorreram um dia após a porta-voz da Casa Branca afirmar que os EUA não terão medo de usar “poder econômico e militar” para defender a “liberdade de expressão”. O governo Trump tem criticado a Justiça brasileira por suposto autoritarismo no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em tom irônico, Lula ainda questionou: “Dá pra emprestar para os Estados Unidos... Dá para fazer um linhão até Nova York?”.

Expansão energética

O evento marcou a integração de Roraima ao Sistema Interligado Nacional. O estado era o único do país isolado da rede elétrica. O empreendimento de 725 km custou R$ 2,6 bilhões e promete reduzir em R$ 45 milhões por mês os custos da CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), encargo que impacta todos os consumidores de energia no Brasil.

Segundo o governo, a substituição gradual de usinas térmicas por energia renovável deve evitar a emissão de mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ por ano e gerar economia superior a R$ 500 milhões anuais com combustíveis fósseis.

A obra gerou cerca de 3 mil empregos diretos durante a fase de construção e deve garantir maior segurança energética para Roraima, favorecendo o crescimento econômico regional.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o sistema também pode beneficiar países vizinhos, como a Venezuela. “Como Roraima só consome 250 MW, um quarto da energia do linhão, é possível tanto levar energia para dar segurança a outros países quanto trazer para o restante do Brasil”, disse.