EUA ameaçam novas sanções ao Brasil após condenação de Bolsonaro

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, indicou que novas sanções contra o Brasil devem ser anunciadas na próxima semana, em reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida, se confirmada, coincidirá com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Nova York, onde abrirá os discursos da Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23).

Rubio criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “juízes ativistas”, e afirmou que um magistrado tentou “impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos”.

Aliado de Donald Trump, o secretário já havia classificado o julgamento de Bolsonaro como “caça às bruxas” e prometido que os EUA iriam “responder adequadamente”. Nos últimos meses, parte dos produtos brasileiros foi alvo de tarifaço de 50%, e o ministro Alexandre de Moraes passou a integrar a lista de sancionados pela chamada Lei Magnitsky, após articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Segundo interlocutores do governo, novas medidas não devem surpreender Brasília. A avaliação é que Trump deve calibrar suas ações com a extrema-direita, como já ocorreu com a Índia. No caso brasileiro, uma possível punição pelo comércio de fertilizantes com a Rússia poderia impactar diretamente o agronegócio, setor identificado como base de apoio ao ex-presidente.