EUA negam entrada de ex-assessor de Bolsonaro no país em data usada para justificar prisão e citam Moraes

O governo dos Estados Unidos informou que não há registro da entrada do ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, no país em 30 de dezembro de 2022, data usada para justificar sua prisão preventiva no Brasil. A U.S. Customs and Border Protection (CBP) divulgou o comunicado nesta sexta-feira (10), afirmando que o registro incorreto foi utilizado pelo ministro Alexandre de Moraes no STF para embasar a prisão no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe de Estado. As informações são da coluna de Paulo Capeli no Metrópoles.

O CBP reconheceu que o registro contestado foi removido após questionamentos da defesa de Martins, que apontou erros como grafia incorreta do nome, passaporte cancelado e inconsistências no visto. O órgão informou que está investigando a inclusão desse dado impreciso em seus sistemas e tomará medidas para evitar novas falhas. A defesa de Martins solicitou o acesso aos metadados de entrada e saída para apurar possível fraude no sistema.

Apesar de ter sido liberado, Filipe Martins segue sob medidas cautelares enquanto seu caso é analisado no STF. O episódio gerou críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes, recentemente sancionado pelos EUA por violações de direitos humanos no Brasil.