Brigitte Bardot: ícone de estilo que redefiniu a feminilidade no século XX

A morte de Brigitte Bardot, aos 91 anos, anunciada neste domingo (28) pela fundação que leva seu nome, marca o fim da trajetória de uma atriz que ultrapassou o cinema e se tornou um dos maiores ícones estéticos do século XX. Símbolo do cinema europeu e referência de estilo desde os anos 1950, Bardot ajudou a romper padrões e a redefinir a feminilidade ao associar sensualidade, liberdade e simplicidade. A causa da morte não foi divulgada.

Desde sua estreia nas telas, Bardot construiu uma imagem que influenciou gerações. Seu visual traduziu a ideia da mulher francesa livre e descontraída, transformando peças comuns em códigos de moda duradouros. Ex-bailarina, levou as sapatilhas para além do balé: o modelo criado pela Repetto, usado em E Deus Criou a Mulher (1956), tornou-se um clássico do vestuário feminino.

Outro gesto simbólico foi o casamento, em 1959, quando usou um vestido rosa de estampa vichy, rompendo com a tradição do branco e popularizando uma padronagem antes vista como doméstica. Bardot também projetou mundialmente a blusa listrada de marinheiro após usá-la em O Desprezo (1963), consolidando a peça como item essencial do guarda-roupa feminino.

Seu nome virou sinônimo de estilo com o decote Bardot, que deixa os ombros à mostra e reforça uma sensualidade natural. Nos anos seguintes, a atriz flertou com o estilo western, apostando em couro, botas longas, jeans e estampas animais. O visual era completado pelo cabelo volumoso e pelos olhos felinos, que ajudaram a popularizar a maquiagem esfumada.

Mais do que uma estrela do cinema, Brigitte Bardot deixou um legado estético que atravessa décadas. Sua influência permanece viva na moda e na forma como a cultura passou a enxergar o corpo feminino e a liberdade de expressão.