Arábia Saudita realiza ofensiva aérea no Iêmen e agrava crise regional

Uma agência oficial da Arábia Saudita comunicou que o país promoveu ataques aéreos contra áreas do Iêmen nesta terça-feira (30). Conforme o governo saudita, a operação teve como alvo duas embarcações localizadas no porto de Mukulla, que teriam chegado ao local procedentes dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com autoridades sauditas, a ação militar representou uma reação direta ao suposto respaldo dos Emirados Árabes Unidos, aliado estratégico de Riad, ao Conselho de Transição do Sul (STC), facção separatista que busca consolidar o domínio sobre o sul do território iemenita, especialmente nas províncias de Hadramout e Al-Mahara.

Em nota oficial, o porta-voz da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen, Turk al-Maliki, declarou que as embarcações atingidas estariam transportando armamentos destinados aos combatentes do STC.

Diante do avanço das ações do grupo separatista, o presidente do Conselho de Liderança Presidencial do Iêmen, Rashad al-Alimi, anunciou o rompimento de um acordo de cooperação em defesa com os Emirados Árabes Unidos. Além disso, solicitou a retirada das forças emiradenses do país e decretou estado de emergência pelo período de 90 dias.

Por sua vez, o governo dos Emirados Árabes Unidos rejeitou as acusações de apoio a grupos separatistas iemenitas, mas informou que acatou a decisão de Rashad al-Alimi e confirmou a retirada do contingente militar remanescente no Iêmen.

Em comunicado, o Ministério da Defesa emiradense afirmou que sua atuação militar direta no território iemenita foi encerrada em 2019, mantendo atualmente apenas equipes técnicas especializadas em ações de enfrentamento ao terrorismo.