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Não vamos esquecer: relembre casos de feminicídio que chocaram a Bahia
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Não vamos esquecer: relembre casos de feminicídio que chocaram a Bahia
Como parte da campanha #MetaAColher,o Grupo Metropole reuniu alguns casos recentes de feminicídio no estado para apurar como andam as investigações
Foto: Reprodução
Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 23 de junho de 2022
Mulher é morta por companheiro ou ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento. Basta jogar a frase em plataformas de pesquisa na internet e uma enxurrada de casos aparecerão. Cada um deles representa uma vida perdida e uma família que ainda sofre a dor da perda. Como parte da campanha #MetaAColher, iniciada no dia 2 de junho, o Jornal da Metropole reuniu alguns casos recentes de feminicídio no estado para apurar como andam as investigações e os resultados práticos na Justiça.
Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, foi uma das vítimas de feminicídio na Bahia. Ela foi morta com um tiro na cabeça na madrugada de 17 de outubro do ano passado, em um prédio de luxo no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O acusado de ter efetuado o disparo é o advogado criminalista José Luiz de Brito Meira Júnior, então namorado da jovem. Um mês após o crime, o Ministério Público estadual o acusou por feminicídio cometido por motivo fútil.
O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia acatou a denúncia e no início de junho aconteceu a primeira audiência do caso. Na ocasião, uma testemunha de defesa e sete de acusação prestaram depoimento. A próxima audiência de instrução e julgamento foi marcada para o dia 27 de julho, quando uma última testemunha de defesa será ouvida e o réu será interrogado. Por ser advogado e ter prerrogativa de não ir para uma cela comum, ele está em prisão preventiva em uma sala especial no Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas.
“TIRO ACIDENTAL”
O acusado de matar a biomédica Jéssica Regina Carmo também está preso. Ele é George Passos Santana, ex-vereador e, na época, chefe de gabinete da prefeitura de Santo Estevão. No dia 5 de fevereiro, Jéssica foi atingida nas costas por um tiro de espingarda, na casa onde vivia com George. Foi ele quem levou a mulher, grávida de 9 meses, ao hospital. O parto foi realizado, mas Jéssica e o bebê não resistiram.
George chegou a alegar que ela estava com a arma e o tiro havia sido acidental, mas, de acordo com a Polícia Civil, as investigações mostraram que ele havia feito o disparo. Logo após o crime, George foi preso e exonerado do cargo.
Hoje, o inquérito já foi concluído e o homem segue em prisão preventiva na Penitenciária de Feira de Santana, aguardando o julgamento. Jéssica deixou uma filha de 6 anos, fruto de outro relacionamento. A menina mora com a avó materna.
JOGOU O CAMINHÃO
Uma semana após a morte de Jéssica, no dia 12 de fevereiro, Leidiane Paraguassu foi mais uma vítima de feminicídio no estado. A mulher de 31 anos estava em uma moto com o então namorado quando o ex-companheiro dela, Sivanildo Macêdo, jogou o caminhão que dirigia contra eles em Simões Filho.
No banco do carona, estava o filho mais novo de Leidiane e Silvanildo. Ela morreu no local e o ex-companheiro fugiu a pé. Após cinco dias de busca, Sivanildo se entregou à polícia em Camaçari. Ele foi transferido para a Penitenciária de Salvador, onde segue à disposição da Justiça. Além de Jéssica e Leidiane, outras 30 mulheres foram vítimas de feminicídio entre o início do ano e o final do mês de maio, na Bahia.
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