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A história do único vice-presidente da República baiano

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A história do único vice-presidente da República baiano

Jornal da Metropole relembra a história de Manuel Vitorino Pereira, que foi eleito vice na chapa de Prudente de Morais

A história do único vice-presidente da República baiano

Foto: Divulgação

Por: Rodrigo Daniel Silva no dia 18 de agosto de 2022 às 13:30

Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 18 de agosto de 2022

A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos (PDT), vai tentar nesta eleição conseguir um feito que só ocorreu uma vez na história brasileira, e há mais de um século: um baiano ser eleito vice-presidente da República e assumir o posto. O único a conquistar este feito foi Manuel Vitorino Pereira, que antes fora governador da Bahia.

Na eleição presidencial de 1894, Manuel Vitorino foi eleito vice-presidente do país na chapa encabeçada por Prudente de Morais. Os dois venceram Afonso Pena, que tinha sido governador de Minas Gerais. O baiano ficaria marcado na historiografia por se revelar o “mais golpista entre todos os vice-presidentes da República”, segundo o historiador e colunista da Rádio Metropole, Vinicius Jacob

Em 1986, Prudentes de Morais precisou se afastar do governo para se tratar de cálculos renais. O baiano, então, assumiu o posto. Convicto de que ficaria definitivamente na cadeira, trocou os ministros do governo e até requisitou o Palácio do Catete para se tornar a nova sede da Presidência.

“Florianista”, Manuel Vitorino nomeou ainda para a administração pessoas ligadas ao ex-presidente Floriano Peixoto, que era desafeto do presidente licenciado. Com receio de sofrer um golpe, Prudente de Morais retornou ao cargo de “supetão”, relembra Jacob. Mas o baiano ainda seria acusado de estar envolvido em um atentado contra o presidente da República.

Em novembro de 1987, Prudentes de Morais participava de uma celebração em homenagem à tropa da Guerra de Canudos, quando o militar Marcelino Bispo apontou uma pistola em direção ao presidente. Com uma cartola, Prudente afastou a arma. Marcelino Bispo foi dominado, mas antes conseguiu puxar um punhal que feriu e matou o então ministro da Guerra, Carlos Bittencourt.

“O inquérito instaurado após a morte de Bittencourt revelou um vasto complô contra o primeiro presidente civil. Além de Marcelino Bispo, 22 pessoas seriam responsabilizadas pelo atentado, incluindo ninguém menos que o vice-presidente da República, o baiano Manuel Vitorino Pereira”, escreveu o jornalista Laurentino Gomes, no livro 1889.

A Bahia ainda elegeria o advogado Vital Soares como vice-presidente da República na chapa de Júlio Prestes. Mas ele não assumiu o posto, por causa do golpe de 1930. Uma história que contaremos em outra edição