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Início da Segunda Guerra Mundial completa 83 anos; hoje combate ao nazismo é pretexto para guerra

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Início da Segunda Guerra Mundial completa 83 anos; hoje combate ao nazismo é pretexto para guerra

Há 83 anos Hitler dava ordem de invasão da Polônia

Início da Segunda Guerra Mundial completa 83 anos; hoje combate ao nazismo é pretexto para guerra

Foto: Reprodução

Por: Nardele Gomes no dia 01 de setembro de 2022 às 10:41

Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 1º de setembro de 2022

O sol ainda nem tinha nascido e os cidadãos poloneses dormiam. Eram 4:45 da manhã do dia 1 de setembro de 1939. Enquanto isso, posicionados diante da pequena península de Westerplatte, no norte da Polônia, soldados da Alemanha nazista de Adolph Hitler recebem a ordem. E invadem o país. Aquele movimento, ocorrido há 83 anos, é considerado o marco inicial da Segunda Guerra Mundial. O conflito mais sangrento da história. Uma história de vingança, ganância, covardia e ódio.

A segunda guerra envolveu as maiores nações do mundo num estado de guerra total, em que todos os esforços militares, econômicos, industriais e científicos foram empenhados. 40 milhões de pessoas morreram na guerra, segundo a ONU. Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, genocídio patrocinado pelo Partido Nazista de Hitler. Desses, um milhão eram crianças. A Segunda Guerra também foi o único conflito da história da humanidade em que bombas atômicas foram lançadas, matando mais de 200 mil pessoas em Hiroshima e Nagasaki, a maioria delas instantaneamente.

A origem da segunda guerra está intimamente ligada ao desfecho da primeira. Quando assinaram o Tratado de Versalhes, em 1919, os países envolvidos responsabilizaram a Alemanha, que saiu da guerra derrotada, humilhada e falida. Havia um sentimento de revolta entre os alemães, e não demorou para aparecer alguém que encarnasse a fúria revanchista do povo. E foi com apoio popular que Adolph Hitler assumiu o poder, e levou o mundo ao mais sangrento conflito da história.

A segunda guerra durou seis anos, e terminou com a vitória dos Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS) e a derrota dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), mas até hoje seus reflexos são sentidos. Em pleno 2022 há uma guerra em curso cujo início está associado à segunda guerra. Ao invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, justificou o que chama de “Operação Militar Especial” com a necessidade de “impedir o renascimento do nazismo, que trouxe tanto sofrimento aos povos de diversos países”.

Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky também acusa Putin de agir com métodos nazistas. "Uma sangrenta reconstrução do nazismo foi organizada na Ucrânia. Uma fanática repetição desse regime, suas ideias, ações, palavras, símbolos (...) e seu 'álibi', que supostamente conferem propósito sagrado a um mal."

Rússia e Ucrânia são dois dos países que se tornaram independentes com a extinção da URSS em 1991. A guerra da Rússia contra a Ucrânia já matou quase 100 mil pessoas, entre militares dos dois países e civis ucranianos. Os reflexos do conflito, no entanto, não são sentidos apenas pelas famílias dos mortos. Outro efeito devastador dessa guerra é a intensa pressão imposta a uma economia global que ainda tentava se recuperar da pandemia de Covid 19.

A inflação assombra nações do mundo inteiro, e os países mais pobres estão ameaçados por uma crise alimentar que se alastra cada vez mais. Os dois países em guerra fornecem, juntos, cerca de um terço dos grãos do planeta, mas esta produção está comprometida desde o início da guerra. E não há boas notícias no horizonte: a Rússia se prepara para, agora em setembro, aumentar o orçamento da defesa do país em cerca de 10 bilhões de dólares. O conflito não parece estar no fim.