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Médicos Ceuci Nunes e Raymundo Paraná comentam contaminação ideológica no Conselho Federal de Medicina

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Médicos Ceuci Nunes e Raymundo Paraná comentam contaminação ideológica no Conselho Federal de Medicina

Nesta semana, a Metropole ouviu médicos sobre os desafios da profissão e a polarização dentro do Conselho Federal de Medicina

Médicos Ceuci Nunes e Raymundo Paraná comentam contaminação ideológica no Conselho Federal de Medicina

Foto: Metropress

Por: Luanda Costa no dia 15 de agosto de 2024 às 00:50

A Medicina vive momentos difíceis. Nisso muitos médicos e médicas concordam. Uma onda de faculdades surgindo e deixando a desejar na qualidade do ensino, consultas rasas e, para fechar esse balaio contaminado, a extrema-direita tomando conta do Conselho Federal de Medicina e ditando as decisões e medidas dele. A eleição para a entidade aconteceu no início do mês e levou às cadeiras de conselheiros nomes que já defenderam medicamentos sem eficácia comprovada na pandemia, que questionaram as vacinas e até comemoraram os ataques do 8 de Janeiro.

Em entrevista à Metropole, o hepatologista Raymundo Paraná e a infectologista Ceuci Nunes comentaram o resultado do pleito e a proliferação da doença do negacionismo na categoria.

Presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes é direta, sem rodeios: “o CFM, ao invés de ser esse antro de negacionistas, podia usar sua potente máquina, paga com o dinheiro dos médicos, para combater a fake news na saúde, fazer campanhas para que os médicos voltem a examinar direito e para fazer incursões junto às faculdades”. A eleição da entidade, para ela, foi no final das contas tratada como disputa sindical, ligada à política. “Agora, a sociedade, que tanto confia nos médicos, vê um órgão completamente dominado pela política”, acrescentou.

Com medidas contra o aborto e tentativas de limitar prescrição da maconha medicinal, o CFM já vinha atuando sob doses nada homeopáticas de conservadorismo.

Não é negado ao médico ter suas escolhas políticas, religiosas, pontua Paraná. “Ele é um ser humano como outro qualquer, mas a ele não é dado certos direitos. O paciente é também só um ser humano, que precisa de um médico”, completa o hepatologista.