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Levante sem tiros, marcado por flores e coragem coletiva, Revolução dos Cravos pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal

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Levante sem tiros, marcado por flores e coragem coletiva, Revolução dos Cravos pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal

Episódio que marcou um ponto de virada de Portugal completa 51 anos nesta sexta-feira (25)

Levante sem tiros, marcado por flores e coragem coletiva, Revolução dos Cravos pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal

Foto: Arquivo/Centro de Documentação da Universidade de Coimbra

Por: Nardele Gomes no dia 25 de abril de 2025 às 07:01

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 24 de abril de 2025

No dia 25 de abril de 1974, Portugal assistiu a um dos episódios mais emblemáticos da sua história contemporânea. Sem grandes confrontos e com forte adesão popular, a Revolução dos Cravos encerrou quase meio século de ditadura e deu início ao processo de redemocratização do país.

Organizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), o levante foi liderado por oficiais de baixa e média patente, insatisfeitos com a rigidez do regime e com a prolongada guerra nas colônias africanas. Os militares ocuparam pontos estratégicos em Lisboa e, em poucas horas, o poder foi retirado das mãos de Marcelo Caetano, sucessor de António de Oliveira Salazar, que havia mergulhado o país em autoritarismo e repressão desde a década de 30.

A população civil rapidamente se uniu ao movimento. Em um gesto espontâneo, flores foram entregues aos soldados nas ruas — e os cravos vermelhos, colocados nos canos dos fuzis, se transformaram num símbolo da revolução.

Com o fim do regime, Portugal iniciou uma profunda transformação política. A censura foi revogada, partidos políticos foram legalizados e eleições democráticas passaram a ser organizadas. O país caminhava, enfim, rumo a um novo pacto social, sustentado pelo pluralismo e pela liberdade de expressão.

Cinquenta anos depois, o 25 de Abril é lembrado não apenas como um marco político, mas como o ponto de virada de uma nação que escolheu redefinir seu futuro pela via da mobilização coletiva e da recusa à repressão.