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Símbolo de resistência e saber, UFBA completa 79 anos

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Símbolo de resistência e saber, UFBA completa 79 anos

A UFBA tem raízes na Escola de Cirurgia da Bahia, primeiro curso universitário do Brasil, de 1808. Mas foi fundada oficialmente em 1946, no dia 2 de julho

Símbolo de resistência e saber, UFBA completa 79 anos

Foto: Acervo JB

Por: Daniela Gonzalez no dia 01 de maio de 2025 às 07:08

Atualizado: no dia 01 de maio de 2025 às 09:45

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 1º de maio de 2025

Algumas instituições não apenas sobrevivem ao tempo, elas o atravessam moldando a sociedade por dentro. A Universidade Federal da Bahia é uma delas. Ao completar 79 anos, a UFBA permanece como lugar de encontros, de pensamento crítico e de construção do futuro. Entre colunas históricas, palcos, laboratórios, salas, auditórios e corredores, pulsa um projeto de educação pública que insiste em permanecer relevante, necessário e vivo.

A UFBA tem raízes na Escola de Cirurgia da Bahia, primeiro curso universitário do Brasil, de 1808. Mas foi fundada oficialmente em 1946, no dia 2 de julho. Data que, por si só, representa força e liberdade. Não poderia ser outra. O primeiro reitor, o médico Edgar Santos, já compreendia a universidade como mais do que um espaço de ensino: deveria ser casa da arte, da ciência e, claro, da liberdade. Sob sua liderança, a universidade tornou-se um polo irradiador de cultura no Brasil, trazendo ao seu corpo docente nomes do modernismo europeu.

Não por acaso, foi na UFBA que surgiram ecos do Cinema Novo, da Tropicália, de movimentos estudantis que marcaram a história do país. Ali passaram — como alunos ou professores — nomes que ajudaram a desenhar a identidade brasileira. Glauber Rocha, Gilberto Gil, Waly Salomão, João Ubaldo Ribeiro, Caetano Veloso, Itamar Vieira Júnior, Jaqueline Goés e tantos outros cruzaram seus portões deixando rastro de criatividade, política e avanços. Entre eles, também Mário Kertész, aluno, depois professor de Administração e um dos defensores e incentivadores da instituição Conviveu de perto com reitores marcantes como Roberto Santos, Lafayette Pondé, Germano Tabacof, João Carlos Salles e, hoje, Paulo Miguez. Sua trajetória é mais uma das que entrelaça-se com a da própria universidade.