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Motos sobre passarelas desafiam leis e colocam pedestres em risco; 7 motociclistas já foram notificados no ano
Só até abril deste ano, a Transalvador já notificou sete motociclistas pela prática, no ano passado inteiro foram 19
Foto: PMS/Jefferson Peixoto
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 15 de maio de 2025
Uma "roubadinha aqui", uma "roubadinha ali" e o trânsito de Salvador vira um assalto completo. E nessa nem as passarelas, com seus cinco metros de altura, estão livres. A prática de trafegar com motos sobre elas para evitar trânsito ou encurtar caminhos não é nova, mas vem se tornando cada vez mais comum.
Só até abril deste ano, a Transalvador já notificou sete motociclistas pela prática, no ano passado inteiro foram 19. Isso, como em todas as infrações de trânsito, não inclui aqueles que passaram despercebidos ou fugiram dos olhos dos fiscais. Ao Jornal Metropole, o órgão de trânsito informou que precisou intensificar a ação de agentes para fiscalizar o fluxo nas passarelas.
Não tem código de trânsito que segure o motociclista soteropolitano na tentativa de fazer das passarelas o palco de um show de infrações e de ameaça à segurança do pedestre. E olha que custa caro para os infratores: uma multa de R$ 880,41 e 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Mas nem mesmo as câmeras das passarelas, as ações de fiscalização e pedestres com celular na mão prontos para registrar são capazes de envergonhar e coibir os motociclistas. Isso porque a criatividade para fugir dos flagrantes fala mais alto. Muitos motociclistas trafegam nas passarelas cobrindo as placas do veículo, impedindo que as multas sejam aplicadas e os condutores identificados. Para isso, eles usam mochilas, papelões e por vezes até o próprio carona na garupa.
A discussão sobre quais medidas seriam eficazes para combater os trapaceiros sobre duas rodas vem se intensificando com os registros e uma proposta foi apresentada na Câmara de Vereadores não para educar, mas para obrigar o uso correto das passarelas. De autoria do vereador Marcelo Guimarães Neto (União Brasil), o texto sugere a instalação de bloqueadores ao longo da estrutura para impedir que as motocicletas tenham acesso. Os dispositivos bloqueadores são chamados de ‘curral’ e instalados nas extremidades das passarelas. Em cidades como Rio de Janeiro, eles já funcionam e não impedem a mobilidade de pedestres e, inclusive, de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. É uma alternativa para uma cidade que não pode contar com a boa vontade e educação da população.
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