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Bomba de Hiroshima completa 80 anos em meio a nova onda de investimento em armas nucleares
Entre 70 mil e 100 mil pessoas se desintegraram imediatamente, sem deixar qualquer vestígio, com a bomba de Hiroshima
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 07 de agosto de 2025
Eram 8 horas da manhã de 6 de agosto de 1945, há exatos 80 anos. Os japoneses em Hiroshima começavam mais uma segunda-feira. Crianças nas escolas, pessoas na rua, o típico movimento de uma cidade de 250 mil habitantes. Mas o país e o mundo viviam a Segunda Guerra Mundial.
Quem olhou para o céu naquela manhã viu algo que parecia uma gota prateada. Era um avião americano. Em terra, a vida no Japão parecia seguir a normalidade possível de um país em guerra. A mais de 10 mil metros de altura, a aeronave americana, batizada de Enola Gay, o nome da mãe do piloto, abria comportas e lançava o artefato bélico mais mortal já concebido pelo homem.
Uma bomba atômica. Little Boy era o seu nome - ou menininho, em português. Carregava 72 kg de urânio, o poder de 16 mil toneladas de dinamite. Levou 43 segundos até atingir o chão. Era o calor de mil sóis.
Entre 70 mil e 100 mil pessoas se desintegraram imediatamente, sem deixar qualquer vestígio. Viraram pó. Tudo num raio de dois quilômetros da explosão deixou de existir. Uma enorme nuvem de poeira e fumaça em forma de cogumelo com 18 km de altura se formou sobre Hiroshima.
O dia virou noite. A cidade virou o inferno. Além das quase 100 mil pessoas que morreram imediatamente, mais de 140 mil pessoas morreram em decorrência dos ferimentos, das queimaduras e da exposição à radiação.
Quando decidiu lançar a bomba sobre Hiroshima, os Estados Unidos pretendiam que o país se rendesse. Mas havia um plano, caso não acontecesse. Esse plano foi colocado em prática três dias depois, com o silêncio do Japão.
No final da manhã do dia 9 de agosto, uma nova bomba, Fat Man (homem gordo), ainda mais mortal, foi lançada em Nagasaki.
Cinco dias depois da segunda bomba, os japoneses ouviram no rádio o discurso do imperador Hiroito. Tinha pouco mais de quatro minutos de duração. No discurso, o imperador dizia que havia ordenado ao governo imperial que comunicasse aos Estados Unidos, Grã-Bretanha, China e União Soviética a aceitação dos termos da Declaração Conjunta para obter a paz e o bem-estar dos súditos do Império Japonês. Dizia também que a guerra não prosseguia a seu favor. E que seguir com ela não resultaria apenas no colapso da nação japonesa, mas também na total destruição da própria civilização. Essas foram algumas de suas palavras.
Há quem defenda o uso das bombas nas cidades japonesas A rendição do Japão marcou o fim da guerra que matou cerca de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo. A maioria, é claro, abomina o uso do artefato considerado crime de guerra.
A polêmica durará séculos. Oitenta anos depois do bombardeio em Hiroshima, o mundo vive uma nova corrida armamentista nuclear global. O ano passado marcou o recorde em investimento nuclear desde o fim da Guerra Fria. As principais potências nucleares - Estados Unidos, Rússia e China - seguem investindo principalmente na modernização de seus arsenais nucleares. Enquanto isso, todo dia 6 de agosto, às 8h15, o Sino da Paz toca em Hiroshima, em homenagem aos mortos da bomba atômica.
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