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Das torres gêmeas ao Palácio de La Moneda, 11 de setembro marca a história com violência e golpes

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Das torres gêmeas ao Palácio de La Moneda, 11 de setembro marca a história com violência e golpes

De Nova York a Santiago, o 11 de setembro marcou o mundo com violência, atentados e golpes, deixando cicatrizes profundas na política e na memória coletiva

Das torres gêmeas ao Palácio de La Moneda, 11 de setembro marca a história com violência e golpes

Foto: Reprodição/Arquivo Nacional EUA

Por: Fabiana Lobo no dia 11 de setembro de 2025 às 07:01

Era 8h46, horário local, quando uma das tragédias mais marcantes da história teve início: o ataque à torre norte do World Trade Center, em Nova York. Menos de duas horas depois, sob os olhares do mundo inteiro que acompanhava pela televisão, o prédio de 417 metros desabava. Naquele 11 de setembro de 2001, 2.977 pessoas perderam a vida em uma série de atentados que começou com o sequestro de quatro aviões comerciais por 19 terroristas e culminou em profundas mudanças nas políticas de segurança internacional nos anos seguintes.

Ataque e pânico

Além da torre norte, a torre sul — a outra metade das famosas “torres gêmeas” do World Trade Center — também foi atingida por um avião. Antes mesmo do colapso do primeiro edifício, outros ataques já haviam ocorrido: um avião foi lançado contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em Washington. A quarta aeronave, que teria como alvo o Capitólio ou até mesmo a Casa Branca, caiu em uma área rural de Shanksville, na Pensilvânia, após a intervenção dos passageiros.
“Guerra ao terror”

Não havia rede social como conhecemos hoje, mas as imagens do ataque circularam pelo mundo e estampavam os principais veículos de comunicação da época. Nos primeiros minutos, chegou-se a cogitar um acidente, hipótese descartada quando novos alvos foram atingidos. O pânico se espalhou por Nova York, principalmente quando autoridades confirmaram a ação terrorista e apontaram Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda e ex-agente da CIA, como mentor dos atentados. Considerado um dos homens mais perigosos do mundo, Bin Laden se escondia no Afeganistão sob proteção do regime do Talibã.

Como reação imediata, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou “guerra ao terror”, e ordenou a invasão do Afeganistão para derrubar o Talibã e capturar Bin Laden. A ofensiva se estendeu por anos e, em 2011, Bin Laden foi localizado e morto no Paquistão por forças especiais americanas.

Segurança global e mudanças permanentes

A comunidade internacional também reagiu. Em 12 de setembro, um dia após os atentados, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, por unanimidade, a resolução 1368, condenando os ataques, reforçando o compromisso global contra o terrorismo e reconhecendo o direito de autodefesa diante de ameaças dessa magnitude.

O impacto dos ataques ultrapassou as fronteiras americanas. Uma série de medidas de segurança passou a ser implementada em aeroportos de todo o mundo: revistas mais rígidas, restrições a líquidos em bagagens de mão, uso de detectores de metais e, posteriormente, scanners corporais e tecnologias de detecção de explosivos. A lógica da vigilância ganhou força e alterou a rotina de viagens internacionais para sempre.

Menos de dois meses após os atentados, em 26 de outubro de 2001, Bush assinou o Patriot Act, lei que ampliou os poderes de investigação das autoridades e facilitou a troca de informações entre agências como o FBI e a CIA.

11 de setembro de 1973 - Uma das ditaduras mais violentas da América Latina

Voltando mais um pouco no tempo, em 1973, há exatamente 30 anos antes da tragédia em Nova York, o 11 de setembro marcava a história do Chile. Naquele dia, o Palácio de La Moneda, sede do governo, foi bombardeado pelos militares, resultando no golpe que derrubou Salvador Allende, o primeiro presidente socialista eleito democraticamente na América Latina.

A ação foi conduzida pelas Forças Armadas Chilenas sob o comando do general Augusto Pinochet, com apoio direto da CIA e do governo norte-americano, que viam no projeto político de Allende uma ameaça em plena Guerra Fria. Cercado em La Moneda, Allende resistiu até o último instante e transmitiu, pelo rádio, um discurso histórico no qual se despediu do povo chileno, reafirmando a defesa da democracia.

O golpe deu início a uma das ditaduras mais violentas da América Latina. O regime de Pinochet, que durou até 1990, deixou milhares de mortos, desaparecidos e perseguidos políticos. Nas décadas seguintes, familiares e organizações da sociedade civil seguiram na luta por memória, verdade e reparação.