
Justiça
STF vê em fala de Freire Gomes indício do envolvimento de Bolsonaro em plano golpista
Alerta do general a ex-presidente sobre as consequências de uma ruptura institucional é considerado elemento-chave no julgamento

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretaram o depoimento do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, prestado nesta segunda-feira à Primeira Turma da Corte, como uma confirmação de que Jair Bolsonaro tentou articular um plano para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.
No relato, o general afirmou ter visto uma minuta de teor golpista no Palácio da Alvorada e revelou que advertiu o então presidente de que o Exército não apoiaria qualquer ação contra a ordem democrática. "Se ele saísse dos aspectos jurídicos, além dele não poder contar com o nosso apoio, ele poderia ser enquadrado juridicamente", afirmou Freire Gomes.
Ao ouvir a declaração do general, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que o militar não teria feito tal advertência a Bolsonaro se não tivesse percebido no contexto das conversas a possibilidade de o plano golpista ser implementado. Em resposta, o general disse que deixou claro ao ex-presidente que o Exército somente atuaria dentro das quatro linhas da Constituição:
"O principal aspecto é justamente que naquilo que competiria às Forças Armadas, em particular no caso do Exército, nós não vislumbrávamos como poderíamos participar disso, a parte o problema político que estava fora do nosso escopo", disse Freire Gomes, acrescentando: Então, o que foi alertado ao senhor presidente é justamente que ele deveria atentar para todos estes aspectos. Ele concordou que não havia o que fazer nesse aspecto e que no caso do Exército nós não teríamos e não iríamos participar de um assunto que extrapolasse a nossa competência constitucional"
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