CNJ infla número de juízes e paga R$ 3,4 milhões de adicionais em 2025

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inflou seu quadro de juízes auxiliares nos últimos anos e desembolsou R$ 3,4 milhões em adicionais nos cinco primeiros meses de 2025 beneficiando 50 juízes auxiliares que trabalham no órgão ou já passaram por ele neste ano. Os magistrados são requisitados de outros tribunais e acumulam os salários de origem com benefícios pagos pelo conselho, como diárias, indenizações e gratificações, que ficam fora do teto constitucional.

Em 2017, o CNJ contava com sete juízes auxiliares; no primeiro semestre de 2025, o número subiu para 47. Atualmente, são 43. Os pagamentos incluem valores extras para magistrados de fora de Brasília e compensações quando o salário-base é inferior ao limite. Casos como o da juíza Claudia Catafesta, que recebeu R$ 98,8 mil em abril, e do juiz Luís Lanfredi, com R$ 56,8 mil em janeiro, evidenciam os chamados adicionais.

Uma auditoria apontou falhas, como pagamentos duplicados, diárias em feriados e a magistrados domiciliados na capital. O CNJ informou que os valores indevidos foram restituídos e os controles estão sendo aprimorados.

O órgão justificou o inchaço no quadro como consequência da carência de concursos e afirmou que os benefícios indenizatórios não são incluídos no cálculo do teto salarial, sendo essenciais para garantir o funcionamento das atividades temporárias em Brasília.