
Justiça
Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é condenado por favorecer Bolsonaro nas eleições de 2022
Ele usou cargo público para favorecer o ex-presidente e terá de pagar R$ 546 mil em multa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi condenado por improbidade administrativa por utilizar o cargo durante as eleições de 2022 para favorecer o então presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada pela 8ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro.
Vasques terá de pagar multa correspondente a 24 vezes seu antigo salário, totalizando R$ 546.631,92, e fica proibido de receber benefícios ou incentivos fiscais por quatro anos. O ex-diretor cumpre liberdade provisória em sua residência em Santa Catarina, após medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O Ministério Público Federal (MPF) acusou Vasques de, entre agosto e outubro de 2022, utilizar entrevistas, publicações em redes sociais e atos públicos oficiais para promover Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial. Segundo o TRF-2, o dolo do réu ficou comprovado pelo contexto, pela reiterada conduta e pela posição de autoridade, “agindo de forma consciente e deliberada para beneficiar politicamente terceiro, valendo-se de sua função pública”.
Atualmente, Vasques atua como secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José (SC), município próximo à capital Florianópolis, com salário bruto de cerca de R$ 18 mil.
Além da condenação por improbidade, ele é réu em ação penal que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em depoimento ao STF em julho, negou participação em reuniões golpistas ou interferência na eleição, alegando que operações da PRF tinham o objetivo de coibir infrações eleitorais e não favorecer especificamente Bolsonaro.
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