
Justiça
Defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforça validade da delação premiada e nega coação
A defesa de Cid é dividida entre os advogados Jair Alves Ferreira e Cezar Bittencourt

Foto: Luiz Silveira/STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (2) à tarde o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. A sessão agora segue com as sustentações orais das defesas. A primeira a se manifestar é a defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 2023.
A defesa de Cid é dividida entre os advogados Jair Alves Ferreira e Cezar Bittencourt. Ferreira abordou a delação do militar, enquanto Bittencourt falou sobre os fatos do caso.
Legitimidade da delação premiada
O advogado Jair Alves Ferreira começou sua manifestação destacando a legitimidade da delação premiada. Ele, porém, frisou que era preciso retomar o assunto devido à insistência de outras defesas em contestar a colaboração. A defesa negou ainda que Mauro Cid tenha sido coagido na delação."Isso aqui não é coação. Mauro Cid está reclamando da posição do delegado. Isso é direito", afirmou.
"Nós não concordamos com o pedido de condenação do ministro [Paulo] Gonet. Mas nem por isso eu posso dizer que ele me coagiu, nem o ministro Alexandre de Moraes, nem o delegado", emendou. Segundo a defesa, a "ajudância de ordens só atrapalhou a vida do Cid". "Ele não confessou, ele não tinha conhecimento do Punhal Verde e Amarelo. O Copa 22 ele não tinha conhecimento, não fazia parte dos grupos de WhatsApp. Ele não tinha conhecimento desses planos", prosseguiu.
Atos de invasão às sedes
O advogado Cezar Bittencourt, por sua vez, declarou que Mauro Cid nunca criou, divulgou ou incentivou qualquer ação de caráter golpista. "Não há sequer nenhuma mensagem de sua autoria propondo, incentivando ou validando qualquer atentando contra a democracia ou [contra] o sistema eleitoral. O que há é o recebimento passivo de mensagens em seu WhatsApp, das quais ele sequer fazia repasse", justificou.
A defesa negou ainda que Cid tenha participado dos atos de invasão às sedes dos Três Poderes.
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