
Justiça
Barroso diz que STF só deve reagir a sanções dos EUA após julgamento da trama golpista
Ministro defendeu solução política e disse esperar que Lula trate do tema em reunião com Donald Trump

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (26) que o tribunal só deve avaliar medidas em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos após o fim do julgamento da ação que investiga a tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As medidas incluem o cancelamento de vistos de oito ministros da corte e a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes e sua esposa. Barroso defendeu que a solução seja preferencialmente política, mas admitiu que advogados já indicaram a possibilidade de reversão das sanções na Justiça americana.
O ministro contou ter se encontrado com o presidente Lula na posse do novo presidente do TST, embora não tenham tratado diretamente do tema. Ele disse esperar que o assunto seja levado por Lula na reunião com Donald Trump, marcada para a próxima semana. “O presidente Lula tem sido muito leal ao Supremo. Acho que ele discutiria tanto tarifas quanto sanções”, declarou.
Barroso avaliou que a crise pode ter uma “desescalada em curto tempo”, evitando que o STF precise se pronunciar formalmente sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. Ele também elogiou a diplomacia brasileira, mas reconheceu que enfrenta dificuldades para negociar diante do fechamento de portas em Washington.
O ministro lembrou que já havia sugerido ao governo contratar escritórios de lobby nos EUA para lidar com as sanções, inclusive as tarifárias. “Washington funciona muito com lobbies”, disse.
Barroso deixa a presidência do Supremo nesta semana. O próximo presidente da corte será o ministro Edson Fachin, que assume o cargo na segunda-feira (29).
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