Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Justiça

/

STF suspende trecho de PL que libera emendas do orçamento secreto

Justiça

STF suspende trecho de PL que libera emendas do orçamento secreto

Decisão liminar de Flávio Dino atinge artigo de projeto aprovado pelo Congresso

STF suspende trecho de PL que libera emendas do orçamento secreto

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 22 de dezembro de 2025 às 07:05

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu, neste domingo (21), os efeitos do Artigo 10 do Projeto de Lei nº 128/2025, aprovado pelo Congresso Nacional, que permitia o pagamento das emendas de relator (RP 9), conhecidas como orçamento secreto. O dispositivo revalidava restos a pagar desde 2019, despesas empenhadas e não pagas que haviam sido canceladas por lei de 2023, autorizando sua quitação até o fim de 2026, com impacto estimado em cerca de R$ 3 bilhões.

A decisão tem caráter liminar e será submetida ao plenário do STF. Ela foi tomada em ação apresentada por deputados federais e pelo partido Rede Sustentabilidade, que apontaram que, dos cerca de R$ 1,9 bilhão em restos a pagar de emendas parlamentares desde 2019, aproximadamente R$ 1 bilhão seria oriundo de RP 9. Para Dino, a revalidação desses valores é incompatível com o regime jurídico atual, pois “ressuscita” uma modalidade de emenda já declarada inconstitucional pelo STF. O ministro também deu prazo de dez dias para que a Presidência da República preste informações sobre a compatibilidade da medida com a responsabilidade fiscal.

O projeto foi aprovado no Senado em 17 de dezembro e aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até 12 de janeiro, com eventual veto devendo ser comunicado ao relator. Dino afirmou que o Artigo 10 afronta a Constituição, o devido processo orçamentário e a responsabilidade fiscal. Além do tema das emendas, o PL trata do corte de incentivos fiscais para equilibrar o Orçamento de 2026, com potencial de elevar a arrecadação em R$ 22,4 bilhões, incluindo aumento de tributos sobre apostas on-line, fintechs e empresas que utilizam juros sobre capital próprio.